Requião contesta afirmação do governo sobre sucesso do leilão dos aeroportos



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que o leilão dos aeroportos não foi tão bem-sucedido como afirma o  governo. O senador chamou a atenção para o fato de que o governo não disse, por exemplo, que o ágio de R$ 20,8 bilhões dos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Minas Gerais, só vai entrar nos cofres da União em 25, 30 anos.

Requião disse também que o grupo que ficou com o Galeão, liderado pela construtora Odebrecht, foi beneficiado pelas regras do leilão, o que lhe permitirá contar com financiamento a juros baixos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Socias (BNDES) e pagar a União com o dinheiro das taxas de embarque e do aluguel dos espaços comerciais dos aeroportos.

- Quem vai pagar isso é o usuário e o recebimento dos aluguéis, as taxas internas do aeroporto. É um sucesso, mas é um mau sucesso. Mas, acima de tudo, é uma mistificação. A União não vai ganhar nada com isso. A União vai doar os aeroportos do Brasil, assim como já fez com o petróleo de Libra, como pretende fazer com os próximos leilões de petróleo, como fez com os portos, como está fazendo com o pedágio das estradas - protestou o senador.

Para Requião, o que ocorreu foi, na verdade, uma "ação entre amigos", porque o empresário privado "passa a ser dono do shopping" e vai se ressarcir de tudo o que tiver que pagar, lucrando por meio de taxas de embarque e de aluguéis.

- Então, quem vai pagar, na verdade, somos nós. E ele vai superfaturar a construção, que será feita pela sua própria empresa. Então, ele ainda vai ganhar algum dinheiro com esse financiamento do BNDES e o dinheiro da Infraero - disse.
O senador condenou ainda o que chamou de "mandraquice" no fim do leilão:

- Proibiu-se que empresas participassem desse leilão com mais de 15% se estivessem participando de outros leilões. Então, isso deu à Odebrecht a condição de participar sozinha, uma ação entre amigos que será paga pela taxa de embarque e pelos juros baixos do BNDES - afirmou o parlamentar, acrescentando que não houve "nada de significativo em benefício da União".



25/11/2013

Agência Senado


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