LAURO CONTESTA AFIRMAÇÃO DE FHC DE QUE CONGRESSO É CULPADO PELOS JUROS ALTOS
O senador fez questão de lembrar frase de Michel Candessus, diretor-presidente do FMI, logo depois das eleições, de que o culpado pela situação era o presidente da República que havia atrasado as medidas necessárias para garantir a reeleição. Lauro assinalou iniciativa do Congresso que determinou na Constituição o limite dos juros a 12% ao ano, norma desrespeitada pelo governo que elevou a taxa de juros a 49% ao ano, "sete vezes a mais do que a mais elevada do mundo".
Lauro Campos disse que a dívida do setor público nos Estados Unidos atingiu US$ 5,6 trilhões e questionou por que o FMI também não mandou os EUA reduzirem a sua dívida. O parlamentar considerou irônica uma política econômica que procura combater o excesso de consumo "em uma população faminta".
Em sua opinião, a receita de conter as demandas já estava sublinhada no livro "Dependência e Desenvolvimento na América Latina", escrito por Fernando Henrique, em 1970, onde este afirma "que o desenvolvimento realiza-se intensificando a exclusão social".
Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) afirmou que o senador petista responsabilizava o FMI por tudo que acontecia no país, mas, segundo sua visão, o FMI não impunha nada, apenas fazia sugestões. Já para o senador José Eduardo Dutra (PT-SE), com essa opinião, Lobão descrevia o FMI "quase como uma entidade filantrópica". A senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse que discordava de apenas um ponto do discurso de Lauro Campos quando este considera o presidente um incapacitado mental. Para ela, o problema do comando econômico "é a síndrome da covardia, que acha o máximo o país ser chamado de mercado emergente".
13/09/1999
Agência Senado
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