REQUIÃO DIZ QUE BRASIL TEM MUITAS SOLUÇÕES



Durante a sabatina do presidente interino do Banco Central, Francisco Lopes, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) comparou a situação do Brasil com um cinema lotado, onde alguém, de repente, grita "fogo!" e imediatamente uma outra pessoa sobe no palco e aponta uma única saída, embora a sala tenha 25 portas, capazes de absorver sem tumulto a saída de toda a platéia. Ele discordou da atual política econômica do governo e afirmou que a crise econômica que atinge o país tem muitas soluções e possibilidades.Na opinião do senador pelo Paraná, a política econômica atualmente em prática no Brasil não foi definida pelo Banco Central, mas a partir do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos). Durante sua intervenção na sabatina, Requião disse que não perguntaria a Francisco Lopes sobre assuntos que, nas atuais circunstâncias, ele não poderia responder.Lembrando sua época de estudante da faculdade de Direito, Requião disse ter aprendido que reserva cambial representava a diferença entre o que um país exporta e o que ele importa. Ele criticou o fato de atualmente o Brasil contar com recursos emprestados para compor sua reserva cambial.- O mais notável é que esses recursos não ficam em um cofre forte, convertidos em barras de ouro, dólar ou libras. Eles são aplicados no mercado internacional. É muito possível, e extremamente provável, que este dinheiro, tomado a 40%, 49%, que é aplicado a juros entre 5,6 e 5,9% ao ano, seja novamente reaplicado no Brasil a 49% ao ano - disse Requião.Roberto Requião também comentou as dificuldades na coleta de dados em uma consulta que o Senado fez ao Tribunal de Contas para esclarecer questões junto ao Banco Central, devido à falta de transparência do banco no fornecimento de informações. Entre as constatações tiradas pelo senador desta auditoria, ele ressaltou a falta de diretrizes básicas e de comprometimento com a gestão superior ao BC, na gestão da política de investimento das reservas internacionais do país.Depois de ouvir Requião citar várias vezes o relatório do TCU, Francisco Lopes pediu ao senador que lhe encaminhasse uma cópia do documento. Em sua intervenção, ele defendeu um Banco Central independente em relação ao Executivo, que passasse a prestar contas ao Senado sobre o seu objetivo principal, que é a defesa da moeda nacional.

26/01/1999

Agência Senado


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