Requião: eleições no Brasil não serão confiáveis com atuais normas do voto eletrônico



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou em Plenário que as eleições no Brasil não serão confiáveis com as atuais regras de voto eletrônico sugeridas pelo ministro Nelson Jobim, do Tribunal Superior Eleitoral, e aprovadas pelo Senado, numa sessão em que os senadores "desligaram seus neurônios e votaram para agradar ao governo ou ao Tribunal".

Segundo Requião, o projeto de sua autoria que prevê a impressão material dos votos - para permitir verificação do resultado pelo eleitor e uma eventual recontagem - foi enfraquecido em sua segurança, em decorrência de emendas sugeridas pelo TSE. O senador criticou a nova redação sobre os programas de computador, a qual torna possível ao TSE comprar programas de terceiros para inclusão nos processos de votação, sem a necessidade de apresentá-los aos partidos políticos.

- Na prática, isso significa que o TSE pode ter, e usar, programas secretos nas eleições, para mudar votos e manipular os resultados da votação. Se for mal intencionado, pode escolher o presidente da República sem precisar levar em consideração o voto popular. Isso porque o Senado, de forma submissa e tola, aprovou legislação com falhas gritantes - destacou Requião.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu mais lucidez ao TSE ao regulamentar as eleições. Para o senador Edison Lobão (PFL-MA) não houve má-fé do ministro Nelson Jobim ao apresentar as modificações, mas sim "um mero acidente de percurso". Segundo o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), ainda há tempo para modificar "esses absurdos".

05/11/2001

Agência Senado


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