Revolta contra ataque ao Cristo e polêmica na bienal de arte



Esta não foi a primeira vez que o Cristo Redentor foi pichado. Em 1991, dois jovens paulistanos viajaram ao Rio de Janeiro exclusivamente para pichar o monumento, deixando suas marcas na base da estátua. No mês passado, pichadores se aproveitaram dos andaimes em torno da escultura de 38 metros de altura, instalados para trabalhos de restauração, e alcançaram os braços do Cristo. Os primeiros responsáveis identificados pela polícia são Edmar Batista de Carvalho, de 24 anos, e Paulo Souza dos Santos, de 28 anos. Eles vão responder por crime ambiental e injúria difamatória.

Os dois se disseram arrependidos e participaram, no dia 30, de operação da Prefeitura do Rio de limpeza de pichações no Novo Túnel, em Botafogo. A prefeitura respondeu à revolta popular com o episódio do Corcovado iniciando uma campanha antipichação. Apenas a recuperação do Túnel Novo custará R$ 200 mil e será custeada pelo shopping Rio Sul.

Bienal

Outro caso recente de pichação de grande repercussão na mídia foi o da Bienal Internacional de São Paulo de 2008. O prédio de um pavilhão vazio da mostra de artes, chamado Bienal do Vazio, no parque do Ibirapuera, foi atacado por cerca de 40 pichadores. O gesto foi interpretado de maneiras divergentes pela comunidade cultural, abrindo uma polêmica sobre se a pichação é ou não um tipo de arte. O curador da Bienal, Ivo Mesquita, tratou o ocorrido como vandalismo, enquanto outros intelectuais, entre eles o ministro da Cultura, Juca Ferreira, defenderam os pichadores.

A controvérsia se estende à edição deste ano do evento. O novo curador, Moacir dos Anjos, anunciou que a 29ª Bienal de São Paulo, em setembro, reservará espaço para a participação de pichadores.

Rafael Faria / Jornal do Senado



07/05/2010

Agência Senado


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