Roberto Cavalcanti defende atuação brasileira na Amazônia



O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) rebateu, em discurso nesta quinta-feira (13), críticas que vêm sendo feitas ao Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, no diz respeito à maneira como o país cuida da Amazônia. Ele afirmou que, ao contrário da devastação e do abandono apontador por esses críticos, o Brasil está empenhado no enfrentamento do grande desafio que representa garantir um desenvolvimento sustentável na imensidão amazônica. Ressaltou que inúmeros projetos estão sendo implementados ao longo da Amazônia Legal, buscando ampliar o conhecimento da região, seus problemas e possíveis soluções.

Roberto Cavalcanti assinalou que muitos europeus e norte-americanos acreditam que poderiam estar fazendo muito mais pela conservação da região amazônica. No entanto, observou, se compararmos a situação brasileira com a dos países vizinhos ao Norte, que tiveram colonização inglesa, francesa e holandesa, é notável sua desvantagem em relação à atuação do Brasil nessa área. O senador afirmou que tanto a Guiana, antiga Guiana Inglesa, quanto o Suriname, antiga Guina Holandesa, quanto a Guiana Francesa, pouco têm contribuído para o enfrentamento dos problemas da Amazônia.

- O Suriname tem feito ao menos seu dever de casa, combatendo a contaminação de seus rios pelo mercúrio, ou as diversas atividades ilícitas disseminadas por seu território? - indagou Roberto Cavalcanti. - A Guiana enfrenta sérios problemas de criminalidade, mostra enorme dificuldade de controlar o vai e vem por suas modestas fronteiras, e apresenta a mais baixa expectativa de vida do continente sul-americano.

Já Guiana Francesa, que é parte do território francês e politicamente vinculada à França, tem uma situação que em nada colabora para enfrentar os problemas comuns a seus vizinhos na Amazônia. Roberto Cavalcanti lembrou que, ao contrário dos outros países, ela não integra a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, sendo a França, e não a Guiana Francesa, um país observador nesse fórum. Segundo sua análise, isso significa que as decisões vitais para um país amazônico devem ser tomadas do outro lado do Atlântico, por autoridades que, talvez, nunca tenham pisado o solo sul-americano.

- A verdade é que a maior parte da integração da Guiana Francesa com os países vizinhos tem ocorrido por meio de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas, o contrabando, o garimpo e a imigração clandestina - afirmou o senador.

Roberto Cavalcanti disse que o Brasil é, realmente, o país mais desenvolvido no grupo que ocupa a faixa de fronteira amazônica e o que reúne as melhores condições para liderar o processo de desenvolvimento regional. A seu ver, Inglaterra, Holanda e França, não têm qualquer legitimidade para tentar ensinar lições ao Brasil, no que se refere às questões relacionadas com os problemas da Amazônia.

- Que não venham, portanto, se intrometer em nossos assuntos internos -disse Roberto Cavalcanti. - A história das antigas Guianas mais do que os desautoriza: desmoraliza-os. Assim, nada mais natural que o Itamaraty assuma o papel de liderança na condução desse processo.

13/08/2009

Agência Senado


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