ROBERTO FREIRE: PROMOÇÃO DO TURISMO EXIGE POLÍTICA PARA AVIAÇÃO COMERCIAL



O senador Roberto Freire (PPS-PE) afirmou que, sem uma intervenção imediata do setor público no sentido de tornar a aviação comercial brasileira competitiva e condizente com o crescimento do tráfego aéreo no país, continuará a haver fuga de turistas e divisas, além de baixo aproveitamento do turismo estrangeiro.

Ele entende que a questão central do baixo rendimento da indústria turística brasileira está na prática cartelizada de tarifas e na reserva de mercado, explicáveis tão-somente "pela resistência dos operadores da aviação à descartelização da economia e à promoção da concorrência".

Além de defender uma intervenção do setor público na prática de "preços combinados" e de reserva de mercado pela aviação comercial, Roberto Freire, registrou a necessidade de forjar parcerias entre os governos e a iniciativa privada. A seu ver, a promoção do desenvolvimento econômico, particularmente da indústria do turismo, "depende hoje de um compromisso coletivo entre esses atores e não da ação isolada de cada um deles".

São parcerias desse tipo que, na opinião do senador, poderão dotar o Nordeste, por exemplo, de aeroportos, rodovias, energia, telefonia e equipamento comercial e urbano, infra-estrutura sem a qual o turismo não tem como se consolidar.

- É verdade que a região tem recebido um fluxo crescente de turistas estrangeiros e registrado taxas de ocupação na rede hoteleira a médias superiores às nacionais, mas tal realidade está ainda muito aquém de nosso potencial - garantiu.

O senador considerou que o turismo "é a indústria mais dinâmica do mundo", comparável apenas à ciência e tecnologia. Em 1950, destacou, o turismo internacional representava o movimento de apenas 25 milhões de pessoas e US$ 2 bilhões de receita. Em 1993, 476 milhões de pessoas viajaram a turismo, gerando US$ 280 bilhões de receita, recursos que, conforme o senador, são superiores aos gerados por toda a indústria eletrônica do Japão, pela indústria automobilística americana ou pela agricultura européia. "Só não supera a economia dos Estados Unidos", frisou.

01/09/1997

Agência Senado


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