Roberto Saturnino defende que emissoras de televisão participem da produção cinematográfica



O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) defendeu nesta terça-feira (dia 4) a participação de emissoras de televisão, abertas e a cabo, na produção de filmes para cinema. O parlamentar lamentou o "recuo" do governo, que retirou de medida provisória (MP) sobre a produção cinematográfica dispositivo que obrigava as emissoras a aplicar parte do faturamento na produção de películas cinematográficas. A MP deverá ser encaminhada nos próximos dias ao Congresso Nacional.

Para Roberto Saturnino, o sistema de co-produção, com participação nos resultados, significaria o "entrelaçamento empresarial entre televisão e cinema", que ele considera necessário para o fortalecimento da indústria do cinema no Brasil.

De acordo com o parlamentar, o Senado deve discutir o assunto na Subcomissão Permanente de Cinema, Comunicação e Informática, criada no âmbito da Comissão de Educação (CE), e restabelecer esta possibilidade de trabalho conjunto entre emissoras de televisão e produtores de filmes. Segundo ele, essa cooperação não precisa ser obrigatória, mas deve ser incentivada. Ele lembrou que o cinema, além de gerar empregos e renda, também cria cultura e prestígio internacional para o país.

Saturnino elogiou a criação do Grupo Executivo de Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica (Gedic), no âmbito da Presidência da República, que elaborou a proposta a ser encaminhada por meio da MP. Ele citou reportagem publicada pela revista Carta Capital, sobre verdadeira peregrinação em busca de recursos protagonizada pelo cineasta Ugo Giorgetti. A reportagem informa que o diretor de cinema, depois de visitar mais de 40 gerentes de marketing de grandes empresas, conseguiu levantar R$ 1,3 milhão dos R$ 2,8 milhões necessários para realizar seu filme.

- A lei do audiovisual, chamada Lei Rouanet, conseguiu recuperar parte da produção cinematográfica brasileira, arrasada no início anos 90, com a extinção da Embrafilme. Mas o mecanismo acabou caindo nas mãos de gerentes que não têm o discernimento, sob o ponto de vista cultural, para tomar as decisões - afirmou Roberto Saturnino.

04/09/2001

Agência Senado


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