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Em pronunciamento nesta quarta-feira (11), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse ser “inadmissível” que em pleno século 21 o Cerrado ainda não esteja reconhecido na Constituição federal como patrimônio nacional, a exemplo do que já com biomas como a Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Zona Costeira, entre outros.

Rollemberg também manifestou preocupação com projetos que tramitam na Câmara e reduzem direitos das populações indígenas, além de pôr em risco um bioma estratégico como o Cerrado, que ocupa 24% do território brasileiro e está presente em oito estados e no Distrito Federal.

Com exemplos, Rollemberg citou a proposta de emenda constitucional que transfere ao Congresso Nacional a atribuição de demarcação das terras indígenas, e ainda o projeto que autoriza a mineração nessas áreas.

- Isso será uma tragédia. As consequências para as populações indígenas serão gravíssimas – afirmou.

Rollemberg ressaltou que 50% do cerrado já foi desmatado, embora o bioma seja hoje a savana com a maior biodiversidade do mundo. O Cerrado reúne mais de 4.400 plantas endêmicas e 70% das nascentes que abastecem as maiores bacias hidrográficas do país, além de contar com diversas populações nativas como os quilombolas e os geraizeiros.

- Ainda temos desmatamento muito forte de parte do Cerrado para a produção de carvão que abastece as siderúrgicas de Minas. Ele sofre também grande pressão da população, que vê o bioma como área de expansão agrícola, o que vem pressionando áreas protegidas. A imprensa noticia conflitos entre produtores rurais e populações indígenas, algumas com áreas demarcadas sujeitas a pressão, e outras a demarcar – disse.

A Embrapa, observou Rollemberg, já alertou para o fato de que o Cerrado é um grande laboratório de genes, visto que a região reúne plantas adaptadas há milhões de anos, além de contar com grandes períodos de estiagem e mudanças radicais de temperatura entre o dia e a noite, o que favorece a adoção de ações de sustentabilidade pela agricultura.

Rollemberg disse que o Cerrado cumpre um papel importante na produção de alimentos, mas defendeu investimentos em ciência, tecnologia e inovação para a realização de atividades adequadas à região. Ele defendeu o uso de metodologias próprias de integração entre as florestas e o plantio direto, como forma de ampliar a produção sem o avanço sobre áreas preservadas.

Nesta quarta, às 19h30, haverá o lançamento da exposição Cerrado Vivo, na Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho, do Senado Federal. A exposição é uma iniciativa da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), e faz de concurso anual promovido pela Embrapa com o tema Águas do Cerrado: fonte de vida para o Brasil.

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