Rollemberg: Rio+20 deve ser inspiração para agenda nacional de desenvolvimento sustentável



O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) ressaltou em Plenário nesta segunda-feira (5) a importância de que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, que ocorrerá no Rio de Janeiro em junho, deixe um legado para o Brasil, tanto fortalecendo o país nas discussões internacionais quanto avançando em seu próprio desenvolvimento sustentável. Para o senador, o papel de protagonismo que o Brasil assume internacionalmente em questões sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável apenas aumenta a necessidade de a Rio +20 ter resultados expressivos, a exemplo do que ocorreu na Eco 92, primeira conferência ocorrida no Rio, em 1992.

Entre os desfechos positivos que a Rio+20 pode ter, em âmbito internacional, Rollemberg listou o possível fortalecimento do Conselho de Desenvolvimento Sustentável e a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em uma agência com maiores poderes, fazendo com que a questão passe a ser efetivamente tratada como prioridade pelas Nações Unidas. Já no âmbito interno, o senador ponderou que o Brasil precisa de uma agenda para debater e solucionar questões quanto ao aproveitamento da água, à produção de alimentos, à energia e à biotecnologia, entre outros pontos essenciais para o desenvolvimento sustentável.

Água

No caso da água, Rollemberg lembrou que o Brasil tem posição privilegiada em relação ao outros países, uma vez que possui 12% da água superficial do planeta. O senador reconheceu que, nos últimos anos, o país avançou na legislação que trata do recurso, com a aprovação, por exemplo, da lei que instituiu o Comitê de Bacias Hidrográficas. Ainda haveria, porém, muito a se fazer, com a implementação e fortalecimento desses comitês – que determinam a participação da sociedade civil nas decisões sobre bacias. Outra medida importante seria combater a cultura do desperdício de água.

Na produção de alimentos, Rollemberg destacou que o país é um grande produtor, mas que a agricultura brasileira ainda é dependente do exterior – já que a maior parte das sementes usadas pelos agricultores nacionais vem de grandes corporações internacionais. Além disso, o enriquecimento do solo adota a fórmula nitrogênio-fósforo-potássio, também importada.

- É questão de segurança e de soberania investirmos em desenvolvimento cientifico e tecnológico que nos retirem dessa dependência. Também não queremos ser apenas fornecedores de matéria prima, mas os responsáveis pelo beneficiamento desses alimentos – afirmou.

Novas matrizes energéticas

Outro ponto a ser trabalhado internamente, na avaliação de Rodrigo Rollemberg, é a questão energética, O Brasil possui hoje uma matriz energética diversificada, com pré-sal, agroenergia, energia nuclear, eólica, solar, etc. A proposta seria aproveitar parte dos recursos oriundos de fontes energéticas que possam causar prejuízos ambientais, seja por alagar florestas ou por emitir gases de efeito de estufa, para investir no desenvolvimento de energias mais apropriadas e renováveis.

Segundo Rollemberg, também é fundamental investir em biotecnologia e em nanotecnologia, como forma de se aproveitar melhor a enorme biodiversidade do país. Um exemplo da riqueza da biodiversidade brasileira seria o cerrado, com suas plantas resistentes ao calor e à forte estiagem, que poderiam conter a solução para adaptar outras culturas, como o milho, ao calor provocado pelo aquecimento global.

Educação

O senador registrou ainda que a democracia e a educação são instrumentos indispensáveis para que o debate desta agenda pelo desenvolvimento sustentável consiga prosperar com consenso.

- Entretanto, essa agenda só se realizará com investimentos significativos e regulares em ciência, tecnologia e inovação. Não podemos prescindir de um esforço nacional para que essas áreas sejam prioridade na aplicação de recursos e possamos avançar no conhecimento sobre esses temas – afirmou.

Em aparte, o senador João Capiberibe (PSB-AP) concordou, dizendo ser necessário discutir o conceito de economia verde e desenvolvimento sustentável, a fim de assegurar que a Rio +20 tenha resultados favoráveis à população.



05/03/2012

Agência Senado


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