Romero Jucá anuncia renúncia de Arruda



O senador Romero Jucá (PSDB-RR) comunicou ao Plenário, nesta quinta-feira (19), que o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) decidiu deixar, temporariamente, a liderança do governo no Senado para tornar mais fácil explicar-se em relação aos fatos que o envolvem no episódio da violação do sigilo de votação no painel eletrônico, por ocasião da cassação do mandato do então senador Luiz Estevão.

Na qualidade de vice-líder, Jucá assumirá, interinamente, a função de líder do governo no Senado. Ele garantiu que sua interinidade será breve e considerou que Arruda, ao se licenciar da liderança, demonstrou desprendimento pessoal e firmeza política.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que, com o consentimento da ex-diretora do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal (Prodasen), Regina Célia Borges, pedirá à Telebrasília os registros dos telefonemas que ela disse ter recebido nos dias 27 e 28 de junho do ano passado, para constatar se Regina recebeu de fato ligações dos senadores José Roberto Arruda e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), conforme ela declarou. Ele instou Arruda a falar toda a verdade sobre o episódio.

Suplicy argumentou que, em conversa com o jornalista Ricardo Noblat, pôde constatar que, tendo em vista as curtas distâncias que caracterizam Brasília, no dia 27 de junho passado Arruda teria tido tempo hábil para voltar em casa e encontrar-se com Regina, para solicitar a lista secreta de votação, entre a hora em que deixou o Tribunal Superior Eleitoral, onde compareceu à posse do ministro Fernando Neves, e o momento em que chegou ao restaurante Piantella, onde jantou com Noblat

Também em aparte, Arruda garantiu ter falado toda a verdade em seu discurso na quarta-feira (dia 18), não tendo nada a acrescentar. "Vou esperar, com serenidade, que o Senado tome as providências cabíveis para esclarecer cabalmente esse episódio. De minha parte, pretendo colaborar integralmente com as investigações", garantiu.

O senador acusou Suplicy de aproveitar esse momento, em que ele está enfrentando dificuldades, para usar a mídia de maneira irresponsável, em proveito próprio. "Meu pai era pobre, não era um Matarazzo nem tinha fábricas, mas ensinou-me educação e sentimento de solidariedade humana".

19/04/2001

Agência Senado


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