Rosalba Ciarlini cita estudo do IPEA que demonstra desigualdade entre homens e mulheres



A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) destacou, nesta quinta-feira (5), durante a sessão solene do Congresso Nacional em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) confirma a situação de desigualdade ainda existente entre homens e mulheres no Brasil. Apesar de os dados apontarem que as mulheres têm melhores condições em quase todos os indicadores educacionais, ressaltou a senadora, as brasileiras ainda não ocupam, proporcionalmente, postos de trabalho mais qualificados nem melhor remunerados.

Rosalba disse reconhecer que as mulheres vêm conquistando espaço no mercado de trabalho. No entanto, enfatizou que, segundo a pesquisa do Ipea, 72,4% dos homens estavam economicamente ativos em 2007, enquanto as mulheres nessa condição eram 52,4% - "uma diferença gritante", segundo a senadora.

Apesar de a população feminina estar mais presente no mercado de trabalho, há indícios de que as mulheres estejam inseridas nele de forma mais precária, avaliou a senadora. Rosalba disse que as mulheres desempenham atividades, principalmente, no trabalho doméstico, na produção para o próprio consumo e no trabalho não-remunerado. Já os homens, observou, continuam "dominando" os postos com carteira assinada e os de empregador.

O estudo também mostrou, informou a senadora, que de 1993 a 2007 a proporção de famílias chefiadas por mulheres cresceu de 22,3% para 33%, o que representa, segundo ela, "precarização da vida e do trabalho feminino". Rosalba ressaltou que, apesar de ser em pequena proporção, está começando a haver mudança nos padrões comportamentais dos brasileiros, porque também o número de famílias formadas por um pai e seus filhos, sem a presença da mãe, aumentou nos últimos anos. Isso mostra que o homem está começando a assumir mais a responsabilidade com o cuidado dos filhos, ressaltou.

A senadora pediu que tanto as mulheres como os homens divulguem melhor a Lei Maria da Penha (lei 11.340/06), que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Em sua opinião, a norma não é apenas punitiva, mas um instrumento essencial de prevenção e proteção à mulher.

Rosalba pediu ainda às mulheres que ocupam lugar de destaque na sociedade que trabalhem pela erradicação da desigualdade entre homens e mulheres. Ela disse que, como senadora, luta pela valorização da mulher, e, como presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), eleita nesta quarta-feira (4), vai enfatizar sua atuação nesse sentido.



05/03/2009

Agência Senado


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