Roseana defende maior participação da mulher na política



Em pronunciamento sobre a maior participação da mulher na política e na decisão das políticas públicas brasileiras, a senadora Roseana Sarney (PFL-MA) afirmou que, assim como a renda e a riqueza, o poder também é mal distribuído no Brasil. "
Nós, mulheres, ainda lutamos pela possibilidade de influir nos destinos do país; e, não tenho dúvidas, a efetiva participação feminina na política é fundamental para a maturidade da democracia brasileira", disse. Roseana citou levantamentos recentes segundo os quais as mulheres representam 11,6% do total de vereadores, 10,5% do total de deputados estaduais e 6,7% do total de parlamentares federais. E lembrou que apenas dois estados brasileiros são governados por mulheres: Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. A senadora disse ter orgulho de ter sido a primeira governadora eleita e reeleita do Brasil e afirmou ter a convicção de que as mulheres que ocupam cargos eletivos servem de estímulo para a ampliação do espaço das mulheres na política. - Mas também tenho a dura percepção de que ainda somos de certa forma usadas como uma novidade, um sinal de modernidade ou de arejamento de nossos partidos. Fora dos processos eleitorais, no entanto, no cotidiano dos partidos, somos devolvidas ao reduzido espaço das minorias. Esse comportamento retrógrado e desrespeitoso tem que acabar. Chegamos aqui com votos conquistados por longos anos de trabalho em favor de nossos estados, a favor do Brasil. Esses votos exigem mais respeito, maior espaço. Para a senadora, é necessária muita luta para mostrar que uma nova forma de se fazer política, capaz de enfrentar os muitos desafios do mundo contemporâneo, não pode prescindir da força, da disposição para o trabalho, da sensibilidade diferenciada, da garra e da coragem das mulheres. Roseana defendeu o estímulo a maior participação feminina nas instâncias de base partidárias, o cumprimento da legislação das cotas de mulheres e o aperfeiçoamento das leis eleitorais. Ela reconheceu que as mudanças culturais são mais lentas e que a superação da ideologia da inferiorização da mulher ainda depende de um trabalho permanente de conscientização da sociedade sobre a importância do convívio democrático entre diferentes. - Ainda somos poucas no cenário político oficial. Mas se cada uma das mulheres brasileiras acreditar que é possível ousar e enfrentar os obstáculos, abriremos mais portas para que sejamos muitas a fazer política e ajudar a transformar o Brasil no país muito melhor com o qual sonhamos todos, mulheres e homens - concluiu Roseana.

21/07/2004

Agência Senado


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