Serys defende maior participação da mulher na política



A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) fez uma análise do percentual de mulheres eleitas no último pleito municipal e concluiu que a participação feminina foi muito pequena. Ela lembrou que em 5.800 municípios apenas 404 mulheres se elegeram prefeitas, o que representa pouco mais que 7%, muito pouco, diante no número de mulheres eleitoras. Segundo informou, apenas 1.498 mulheres se apresentaram como candidatas a prefeitas, elegendo-se 27% delas.

Serys Slhessarenko lembrou que a lei de cotas foi aprovada para reduzir essa baixa representatividade das mulheres na política, mas reconheceu que, nessa questão, pesa bastante a questão cultural. Disse que, no Brasil, a mulher sempre foi designada para enfrentar até cinco jornadas de trabalho, e até agora isso não mudou.

- Não houve ainda a inversão desse papel, no sentido de que os companheiros, na mesma proporção, venham também para dentro de casa. Ninguém vai ficar menos macho se participar dessas lides da casa, de igual para igual, com sua companheira - disse a senadora.

Serys também observou que, formando 52% da população brasileira, as mulheres são as mães da parcela de 48% dos homens que completam essa população.

- Eu digo sempre que temos obrigação e o dever de defender politicamente a nós e a nossos filhos, ou seja, a toda a sociedade - frisou.

A senadora apelou pela superação da discriminação ainda enfrentada pelo sexo feminino, pregando a conquista de direitos iguais para a mulher, na família, no trabalho e na política. Em sua opinião, aqueles que não dão importância para essa questão estão sendo cúmplices de toda discriminação e violência.

- Não é mais possível compactuarmos e sermos cúmplices da violência contra a mulher, como ainda acontece no Brasil. Os dados são alarmantes. A cada 15 segundos uma mulher sofre um processo de violência. A questão da discriminação ainda está posta e não adianta a gente achar que não é tanto disse.

Para ela, as eleições municipais deste ano são um marcante exemplo do descompasso entre a população feminina, sua importância sócio-econômica e sua relevância política, não somente como eleitoras, mas, sim, como agentes políticos.



09/11/2004

Agência Senado


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