Salário das mulheres é inferior ao dos homens
No Brasil, as mulheres são mais da metade da população e já estudam mais que os homens, mas ainda têm menos chances de emprego, ganham menos do que o universo masculino trabalhando nas mesmas funções e ocupam os piores postos.
Nos últimos anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a distribuição de renda melhorou, mas a desigualdade entre homens e mulheres ainda é muito significativa.
Embora ao longo das últimas décadas a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha deixado, aos poucos, de ser percebida como secundária ou intermitente, esta inserção é ainda marcada por diferenças de gênero e raça, conclui o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Isto é, quando se combinam desigualdades, as diferenças ficam ainda mais acentuadas.
“As mulheres ocupam espaços diferenciados e estão sobrerrepresentadas nos trabalhos precários”, diz estudo do Ipea.
A trajetória feminina rumo ao mercado de trabalho não significou a redivisão das tarefas entre homens e mulheres, mesmo quando se trata de atividades remuneradas.
Dados sobre a distribuição por setor de atividade apontam uma clara segmentação ocupacional, tanto relacionada ao gênero, quanto à raça. As mulheres – especialmente as negras – estão historicamente mais concentradas no setor de serviços sociais, grupo que abarca serviços de cuidado em sentido amplo (educação, saúde, serviços sociais e domésticos).
Já os homens, sobretudo os negros, estão sobrerrepresentados na construção civil.
Salários
O mais recente Censo Demográfico (2010) do País mostra que o rendimento médio mensal dos homens com Carteira Profissional assinada foi de R$ 1.392, ao passo que o das mulheres foi cerca de 30% abaixo disso, atingindo R$ 983.
Esse quadro deixou o Brasil atrás de 79 países em um ranking de 146 nações elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Poder
De acordo com relatório do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, as mulheres representam mais da metade da população e do eleitorado, tem maior nível de escolaridade, mas são minoria nos cargos de maior nível hierárquico no Parlamento, nos governos municipais e estaduais, nas secretarias do primeiro escalão do Poder Executivo, no Judiciário, nos sindicatos e até nas reitorias.
“Quando essas proporções são analisadas regionalmente, percebe-se que as maiores disparidades da proporção de homens e mulheres dirigentes encontram-se nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto que nas regiões Norte e Nordeste as proporções são mais próximas”, conclui o relatório.
No setor privado, o quadro não é muito diferente do que no setor público. Diversas pesquisas confirmam essa proporção de 20% a 30% de mulheres nos postos de chefia.
Fontes:
Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM)
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
05/09/2013 19:06
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