São Miguel Arcanjo celebra 100 anos da Imigração Japonesa



Parque Carlos Botelho inaugurar na sexta, 16, o busto do seu patrono

A partir desta semana, será possível conhecer a outra parte da história do Japão, em São Miguel Arcanjo, a 180 quilômetros de São Paulo. O Parque Estadual Carlos Botelho vai inaugurar na sexta-feira, 16, o busto do seu patrono, esculpido e fundido em bronze pelo escultor Ary Cava, em meio à intensa programação que inclui o taikô, tambores japoneses e danças tradicionais.

Antônio Carlos Botelho, bisneto do homenageado, receberá um álbum com mensagens de autoridades públicas que conta, ainda, um pouco da trajetória de seu bisavô, então secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, de 1903 a 1907.

Graças a ele, foi possível a vinda dos primeiros 3 mil imigrantes japoneses, por meio de assinatura de contrato em 1907 com a empresa que representava o governo japonês (Empire Emigration Company), iniciativa tornada realidade em 1908. De lá para cá, foram muitas homenagens, entre as quais a do Jubileu de Ouro da Imigração Japonesa, em 1958, lembra a neta, Maria Amélia Arruda Botelho de Souza Aranha.

No mesmo ano, o imperador Hiroito presenteou a família com uma caixa de prata, com o emblema do Japão, contendo finíssimo lenço de seda pura; outro busto no Parque da Aclimação; e a homenagem de 1941, quando a Reserva Florestal recebeu o seu nome, em São Miguel Arcanjo. Em 1982, foi transformada em Parque Estadual Carlos Botelho.

Nascido em Piracicaba, terra de origem dos Arruda Botelho, em 1855, Carlos José Botelho era filho do conde do Pinhal. Iniciou o curso de Medicina no Rio de Janeiro e terminou-o na França, na Universidade de Montpellier.

Como secretário de Agricultura, ocupou-se de desbravar terras das regiões Noroeste, da Alta Paulista e Alta Sorocabana, saneamento do porto de Santos, construção e inauguração da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e fundação dos núcleos agrícolas esparramados por todo o Estado, além de introduzir melhorias nas práticas agrícolas e organizar as primeiras exposições de animais.

Patrimônio Mundial da Humanidade

Com área de 37.644 hectares, o Parque Estadual Carlos Botelho abrange parte dos municípios de São Miguel Arcanjo, Capão Bonito, Tapiraí e Sete Barras. Devido à sua importância (ambiental, histórica e cultural), a região Sudeste da Mata Atlântica, onde está inserido o Parque, recebeu da Unesco, em 1998, o título de Sítio do Patrimônio Mundial da Humanidade.

Nesse parque abriga os remanescentes de Floresta Tropical mais bem preservados do Brasil. Lá, são desenvolvidas atividades voltadas para a pesquisa científica, educação ambiental, ecoturismo e fiscalização. No seu interior, encontram-se belíssimos rios e cachoeiras, além de animais seriamente ameaçados de extinção, como o mono-carvoeiro – maior primata das Américas –, a jacutinga, a onça-pintada, e espécies vegetais, como o palmito-juçara.

Da Agência Imprensa Oficial



05/14/2008


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