Sarney celebra crescimento do comércio com a China
Tendo proposto, em 1988, uma parceria entre Brasil e China para intensificar o comércio entre os dois países, o presidente do Senado, José Sarney, colheu nesta terça-feira (18) um dos resultados dessa idéia. Ele recebeu Zhang Dejiang, membro do bureau político do Comitê Central do Partido Comunista Chinês e secretário do Comitê Provincial de Guangdong, que lhe comunicou ser a China hoje o segundo maior parceiro comercial brasileiro, com uma pauta de US$ 7 bilhões.
Acompanhando o grupo, o deputado Paulo Delgado (PT-MG), secretário de Relações Internacionais do PT, definiu o momento como significativo.
- O modelo de uma China e dois sistemas nasceu com Deng Xiao Ping. E foi o presidente Sarney quem propôs, 15 anos atrás, a parceria estratégica que agora colhe esses resultados - disse o parlamentar. Ele também anunciou que, em São Paulo, nesta quinta-feira (20), Brasil e China assinarão acordos que totalizarão uma cifra em torno de US$ 500 milhões.
De acordo com Paulo Delgado, esse integrante do Partido Comunista Chinês está no Brasil a convite do Partido dos Trabalhadores e não poderia deixar de visitar José Sarney que, em sua opinião, -teve o privilégio e a honra- de visitar, quando presidente da República, o líder Deng Xiao Ping, o responsável pela reviravolta que deu início ao que ficou conhecido como -economia socialista de mercado-.
- Estamos também devolvendo uma gentileza. Dois anos atrás, os chineses convidaram o presidente Lula, como presidente de honra do PT, e o presidente do partido à época, o hoje ministro da Casa Civil José Dirceu, para visitarem a China. Eu tive a honra de organizar aquela viagem e agora estamos devolvendo a gentileza, convidando-os a visitar o Brasil.
Zhang Dejiang confirmou que o principal propósito da visita foi estreitar laços com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Autoridade máxima de Guangdong, primeira província chinesa a abrir-se para o comércio exterior e que detém 1/9 do Produto Interno Bruto (PIB) da China, ele lidera uma comitiva de 17 pessoas, representantes das 35 maiores empresas daquela divisão administrativa.
Dejiang disse que a China vê com grande admiração o desenvolvimento brasileiro, os recursos naturais abundantes, o vasto território e a grande potencialidade do crescimento econômico do país.
- China e Brasil compartilham boa tendência de cooperação. E eu gostaria de impulsionar as relações bilaterais e a cooperação econômica e comercial entre os dois países - disse ele. Antes de deixar o Senado, Zhang Dejiang e sua comitiva foram recepcionados por Sarney em Plenário.
18/11/2003
Agência Senado
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