Sarney homenageia Barão de Mauá e pede prioridade para ferrovias, que podem aumentar exportações
No dia em que se comemora os 150 anos da primeira ferrovia brasileira, inaugurada por D. Pedro II em 30 de abril de 1854, para interligar o Rio de Janeiro a Petrópolis, empreendimento do Barão de Mauá, o presidente do Senado, José Sarney, pediu prioridade para essa modalidade de transporte, que reduz custos e confere maior competitividade às exportações brasileiras. Sarney disse que o país precisa investir no transporte intermodal, lembrando a visão estratégica que Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, teve na sua época ao interligar o porto e o interior do Rio por ferrovia.
Sarney lamentou que o Brasil, com a dimensão de sua costa marítima, não tenha estimulado a navegação de cabotagem, observando que o país não possui mais nenhuma bandeira própria no transporte marítimo internacional. O presidente do Senado disse que o país já teve 40 mil quilômetros de ferrovias, reduziu para 29 mil e peca por falta de condições de utilização, porque muitos desses trechos estão sucateados.
O senador lembrou de sua tentativa de restaurar a importância do transporte intermodal em seu governo, com a conclusão da Ferrovia do Aço e o seu empenho na construção da Ferrovia Norte-Sul. Na sua avaliação, se os seus sucessores tivessem mantido a prioridade para a modalidade ferroviária, viabilizando o escoamento da safra agrícola do Centro-Oeste e o aumento da produção de grãos, talvez o Brasil não estivesse debruçado em teorias econômicas, discutindo questões como o Fundo Monetário Internacional e os efeitos do seu receituário econômico.
Em resposta ao aparte do senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), Sarney disse que não guarda ressentimentos pelo que ocorreu com a Norte-Sul, duramente criticada pelos opositores ao seu governo. "Ninguém pode matar uma boa idéia e a história mostra isso", ponderou. Sarney disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante conversa que manteve com ele, confessou que nem sabe a razão pela qual se posicionou contrário à construção da Norte-Sul na administração do ex-presidente da República, e comprometeu-se a finalizar a ferrovia, importante para escoar a produção agrícola do Centro-Oeste e principal meio de escoamento do minério de ferro de Carajás até o porto de Itaqui, em São Luiz (MA). O presidente do Senado disse que sonha ver o território brasileiro cortado por ferrovias de norte a sul e de leste a oeste.
A líder do PT, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), considerou que a recuperação do transporte ferroviário é um dos temas fundamentais para conferir sustentabilidade ao desenvolvimento do país. A senadora lembrou que a participação dessa modalidade na matriz de transportes brasileira é de apenas 24%, enquanto no Canadá e de 46% e de 81% na Rússia. O discurso recebeu ainda apartes dos senadores Alvaro Dias (PSDB-PR), Cristovam Buarque (PT-DF), Heráclito Fortes (PFL-PI), José Jorge ( PFL-PE), Marcelo Crivella (PL-RJ), e Mão Santa (PMDB-PI). Sarney homenageou dois parlamentares que se dedicam ao setor: o deputado Carlos Santana (PT-RJ), que é metalúrgico e ferroviário, e o senador Alberto Silva (PMDB-PI), que tem se dedicado a lutar pela prioridade aos transportes intermodais.
30/04/2004
Agência Senado
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