Sarney lamenta morte de Lévi-Strauss
O senador José Sarney (PMDB-AP) lamentou nesta terça-feira (3) a morte do antropólogo e filósofo belga, Claude Lévi-Strauss, aos 100 anos de idade. Sarney lembrou o seu convívio com Lévi-Strauss e a troca de correspondência que mantiveram por muitos anos. Para Sarney, o antropólogo representou para as ciências humanas o que representaram Sigmund Freud, Albert Einstein e Karl Marx em suas respectivas áreas.
Sarney assinalou que o Brasil teve uma ligação importante com Lévi-Strauss, que foi convidado para lecionar sociologia na Universidade de São Paulo (USP) e um dos professores fundadores da instituição. Lévi-Strauss lecionou na USP de 1934 a 1939 e realizou diversas expedições ao interior do país, quando entrou em contato com tribos indígenas.
- Em suas memórias, ele sempre dizia que a vocação de antropólogo foi descoberta nas viagens que fez pelo interior do Brasil. Ele dizia que não havia uma só civilização, mas também outra civilização nos indígenas que encontrou - disse.
O senador ressaltou a estreita ligação que teve como antropólogo, que conheceu como um dos integrantes da comitiva do presidente francês François Miterrand. Desde então, disse Sarney, mantiveram uma relação pessoal que se prolongou até a sua morte, e trocaram correspondência que guarda com muito orgulho.
- Numa entrevista que deu, ele disse em sua generosidade que dentre as referências que ainda guardava do Brasil estavam Mário de Andrade e Sérgio Miliet e me incluiu entre aqueles mais recentes - recordou.
O senador Romeu Tuma (PTB-SP) disse, em aparte, que o livro O Pensamento Selvagem (1962) chamou sua atenção pela constatação da diferença entre o pensamento primitivo e o moderno, ao confrontar o pensamento indígena com a modernidade.
03/11/2009
Agência Senado
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