Sarney lança biografia das senadoras
O presidente do Senado, José Sarney, lançou nesta quinta-feira (29) edição especial de Dados Biográficos das Senadoras, publicação da Subsecretaria de Arquivo, destinada a celebrar o Ano Nacional da Mulher. A obra reúne o perfil e a atividade parlamentar das 28 mulheres que chegaram ao Plenário do Senado, a começar por Eunice Michiles, que assumiu o mandato em 1979, representando o Amazonas.
Em seu discurso, Sarney disse que, ao divulgar a obra, o Senado leva ao público acesso à biografia das mulheres que fizeram parte dos avanços da história recente do Brasil. Ele citou, uma a uma, várias senadoras, elogiando-as por sua dedicação ao debate e à tarefa de legislar. Também citou a funcionária Sarah Abraão como uma das grandes servidoras do Senado.
- A Sarah Abraão é senadora vitalícia, faz parte da história da Casa. Quando chegamos ao Senado, éramos dominados por um matriarcado e continuamos até hoje dominados pelas mulheres que governam o Senado - brincou o presidente.
Quanto a Eunice Michiles, que chegou ao Senado em decorrência da morte do senador João Bosco e ficou até 1987, como única mulher a representar um estado no plenário, Sarney definiu sua chegada como uma revolução.
- Aquela moça bonita desfilava pela Casa deixando os velhinhos perplexos e, a partir daquele momento, o Senado mudou. Não se podia mais contar anedotas picantes, havia uma dama no plenário. E ela, professora, revelou-se uma senadora competente, aplicada, precisa, dando exemplo a todos nós. A partir daquele momento, sentimos o que viria ser a chegada de tantas mulheres ao Senado.
Sarney encerrou seu discurso lamentando que cientistas japoneses planejem tornar os homens desnecessários, anunciando que podem reproduzir o ser humano somente com mulheres. "Não, perguntem às mulheres. Elas acharão sempre que os homens são necessários", afirmou ele, provocando aplausos.
Na solenidade, foram ouvidos ainda discursos do diretor da Subsecretaria de Arquivo, Francisco Mauricio da Paz, que agradeceu a Sarney seu apoio à reforma do Arquivo, da ex-senadora Eunice Michiles e da senadora Ana Júlia Carepa.
Eunice Michiles se referiu à sua chegada ao Senado como a entrada num santuário masculino. Lembrando que, ao subir pela primeira vez à tribuna, suas pernas tremiam, ela constatou que "a partir da década de 70 as portas começaram a se abrir para as mulheres".
Ana Júlia Carepa (PT-PA) disse que o objetivo de Dados Biográficos das Senadoras é registrar o trabalho tão importante das mulheres no Senado - "sua atividade política, legislativa e social na construção da história do país".
29/04/2004
Agência Senado
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