Sarney vai a Itamar por Roseana







Sarney vai a Itamar por Roseana
Ex-presidente tenta convencer mineiro a ser cabo eleitoral no PMDB de candidatura da governadora do Maranhão

BRASÍLIA - O senador José Sarney (PMDB-AP) vai conversar com o governador de Minas, Itamar Franco (PMDB), sobre a candidatura da filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), à Presidência da República. Aliados da governadora apostam que Itamar pode ser um grande cabo eleitoral da pefelista no PMDB. A candidatura de Itamar à Presidência é praticamente descartada pelos pefelistas. As conversas com o governador foram um dos motivos do adiamento para fevereiro da reunião da Executiva Nacional do PFL em Belo Horizonte, antes marcada para dia 23.

A festa prevista para a governadora em Minas Gerais poderia melindrar Itamar, avaliaram entusiastas da candidatura da pefelista. O governador mineiro ainda briga no PMDB para sair candidato à Presidência. Outro motivo para o adiamento é a manifestação preparada por sindicalistas no Estado contra o ministro da Previdência, Roberto Brant. O PFL viu no protesto riscos de manchar a imagem da governadora. A greve dos previdenciários dura mais de 90 dias.

O medo não era infundado. Brant foi avisado do protesto. Cartazes contra ele estavam prontos e os sindicalistas prepararam palavras de ordem contra a candidatura de Roseana. ''Ela está comprometida com toda essa situação da greve'', atacou a presidente do Sindicato dos Previdenciários do Estado, Francisca de Souza.

Seleção - O PFL está interessado em ligar o nome de Roseana a eventos positivos, como a vitória da Seleção Brasileira de futebol no Maranhão. Os pefelistas pagaram parte dos custos da CBF para ver no Estado o jogo de classificação do Brasil à Copa de 2002.
No PFL, os mais otimistas apostam que, até o fim de dezembro, ela ultrapassa o petista Luiz Inácio Lula da Silva e chega ao topo das pesquisas de intenção de voto. ''A candidatura é irreversível e consistente'', afirma o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), criado no clã dos Sarney.
Oficialmente, o cancelamento da reunião é parte da mudança de rota da campanha. Depois da superexposição, a pefelista vai se retrair e aguardar a consolidação dos números das pesquisas. O vice-presidente do PFL, José Agripino (RN), líder do partido no Senado, garante que não há razões políticas para adiar o encontro em Belo Horizonte. ''Recebemos muitas propostas para o plano de governo e precisamos de tempo para analisá-las'', desconversou.

Sintoma - Sem a reunião, as conversas entre PMDB e PFL podem transcorrer em clima mais ameno. Um dos sintomas da tentativa de aproximação do PFL com Itamar é a orientação do diretório pefelista em Minas Gerais de evitar ataques ao governo do peemedebista. A conversa direta com Itamar ficou a cargo do pai de Roseana. Além de dividir o mesmo teto partidário, Sarney tem o status de ex-presidente da República, como Itamar. Fiel ao estilo discreto de se movimentar, Sarney evita pedir votos ostensivamente para a candidatura da filha. Nos bastidores, porém, o senador está articulando apoios e orientando estratégias. ''Os dois são muito amigos, sempre estão conversando'', confirma o vice-presidente do Senado, Edison Lobão (PFL-MA), político criado no ninho Sarney.

O grupo de Itamar admite conversar sobre a candidatura da pefelista, mas repete que o mineiro continua no páreo presidencial. ''Qualquer aproximação tem de partir de que a campanha de Itamar será de oposição ao governo'', alertou o deputado federal Hélio Costa (PMDB-MG). Ele confirma a troca de amabilidades entre os dois partidos em Minas Gerais. O governador mineiro, no entanto, ainda bate na tecla da campanha à Presidência. Estará em Brasília na segunda-feira para discutir as prévias peemedebistas. Encontra-se com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), e outro pré-candidato à Presidência, o senador Pedro Simon (PMDB-RS).


Garotinho governa o Rio à distância
Em campanha pela Presidência, passará 11 dias atrás de votos e fará contatos políticos em sete Estados e BrasíliaEstados e Brasília

Um neófito em política será incapaz de adivinhar a profissão do governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), caso de detenha sobre sua agenda entre 13 e 30 de novembro. Provavelmente pensará tratar-se de um executivo em visita a filiais da empresa espalhadas pelo país. Em 18 dias, Garotinho passará apenas seis deles integralmente no Rio. No restante, voará por sete Estados, além do Distrito Federal. Deixará em casa o bem cortado terno de comandante do Estado para adotar o figurino ''casual'', calças e camisas esportivas e despojadas, os preferidos por candidatos em campanha. O governador acelera a antecipada corrida atrás de votos pelo Brasil para tentar suceder Fernando Henrique no Palácio do Planalto.

Seguro do bom desempenho eleitoral por aqui, Garotinho busca eleitores em outras praças. Até o dia 30, terá visitado Cataguases (MG), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Campina Grande (PB), São Paulo (SP) - duas vezes -, São José do Rio Preto, Belo Horizonte (MG). Vai ao Paraná, Bahia e Brasília, onde já esteve na terça-feira e encerrará as andanças do mês.

''Não sou um administrador ausente'', contesta Garotinho. ''Já visitei os 92 municípios do Estado e minha aprovação é a maior dentre todos os governadores.'' Jura que trabalha, e muito, pelo Rio. No meio tempo, percorrerá o país em contatos com integrantes do PSB, em conversas com empresários e jornalistas, em encontros com evangélicos . Vai pregar o projeto político para a Presidência em púlpitos, microfones de rádio, câmeras de TV, em palestras e ao redor de mesas de almoço e jantar.

Contatos - Pela programação, chegaria ontem a Fortaleza. Preferiu viajar hoje. ''É ponto facultativo'', lembra para justificar a viagem. Amanhã, desembarca na capital alagoana. Depois, será a vez de Campina Grande. Domingo, aterrissa no Rio. Não quer perder o culto na igreja presbiteriana e, na segunda, receberá o presidente Fernando Henrique para abrir a Conferência Parlamentar das Américas.
Em seguida, começa tudo de novo. Ao longo da quinzena, irá quatro vezes a Estados do Nordeste. Na região, registra os menores índices de intenção de voto. São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Brasília são estratégicos. Os dois primeiros reúnem os maiores colégios eleitorais do país. No Paraná, é pouco conhecido. E Brasília, a capital do poder, é centro dos acordos políticos.

Cautela - A agenda foi montada com cautela desde que Garotinho rendeu-se ao que indicavam as pesquisas. Não bastava participar de programas de rádio e TV para se tornar mais conhecido. Era preciso ir pessoalmente à conquista de votos. E atrair militantes e líderes socialistas para sua causa. Já colhe alguns dividendos. Muitos políticos regionais do PSB costumam expor, de memória, números relativos ao governo do Rio.
Garotinho jura que não é fácil a dupla missão de administrar o Rio e conquistar eleitores. ''Levo desvantagem em relação a Lula e a Ciro '', compara. ''Eles estão desocupados e eu tenho de trabalhar.'' O presidente estadual do PSB, deputado federal Alexandre Cardoso, explica que o governador, a 15 dias do congresso nacional do partido, está ''fazendo costuras regionais''. ''Acho até que deveria fazer mais.''


Olívio promete desmascarar pedetista
PORTO ALEGRE - O governador Olívio Dutra (PT) vai esperar para dar o troco. Assim que as conclusões da CPI da Segurança Pública chegarem ao Ministério Público, anunciou, pretende desmascarar o relator, deputado Vieira da Cunha (PDT). Aprovado por dez votos contra dois, o relatório final da comissão da Assembléia Legislativa que investigou ligações do governo gaúcho com o jogo do bicho propôs o indiciamento de Olívio, por improbidade administrati va e crime de responsabilidade.
A reação incluirá uma ação judicial por danos morais e materiais contra Cunha, disse ontem o governador em entrevista no Palácio Piratini. Cabe ao PT, continuou, decidir a punição do presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, e o destino da sede da entidade, cedida em regime de comodato ao partido.

Recursos - O relatório da CPI considera duvidosa a origem dos recursos para a compra do imóvel. Diógenes era responsável pela arrecadação de fundos para a campanha do PT gaúcho em 1998. Depois da vitória do partido, o ex-tesoureiro usou o nome de Olívio para pedir ao delegado Luiz Fernando Tubino, então chefe de Polícia Civil, menos rigor no combate ao jogo do bicho. Diógenes negou que tivesse procurado Tubino a mando do governador.

O secretário da Justiça e da Segurança Pública, José Paulo Bisol, disse que as conclusões da CPI ''vão desabar de forma desonrosa'', quando forem investigadas pelo Ministério Público. ''É visível o jogo político do relatório e falta de seriedade na investigação'', afirmou.
Em defesa de Olívio, o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, acusou a CPI de ''golpismo''. A direção nacional do partido engrossou o coro de solidariedade. O relatório de Cunha, diz nota do Diretório Nacional, faria parte de uma ação ''orquestrada para tentar provar que o PT é igual aos outros partidos''.
As conclusões da comissão investigadora foram aprovadas na noite de quarta-feira passada, em sessão que durou cinco horas. Os dois votos contrários foram dos deputados petistas Ivar Pavan e Ronaldo Zulke. Além de Olívio, o relatório pede o indiciamento de 40 pessoas.

Lista - Na lista de incriminados estão o vice-governador Miguel Rossetto, o secretário da Fazenda, Arno Augustin, o chefe da Casa Civil, Flávio Koutzi, e seu substituto, Gustavo de Mello, e o filho do governador, Espártaco Dutra.
O envio do relatório à Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa poderá ter como conseqüência a abertura de processo de impeachment. Antes, entretanto, o relatório deverá ser votado no plenário, como projeto de resolução. Se for aprovado, estará aberta a ação contra Olívio.
A CPI propôs que as conclusões da investigação sejam remetidas ao Ministério Público estadual e federal. As denúncias relativas à campanha de 1998 seguiriam para o Tribunal Regional Eleitoral.


Grevistas se unem contra governo
Professores e servidores do INSS combinam receber e reagir em conjunto à ordem que os obriga a voltar ao trabalho

BRASÍLIA - A ação do governo federal para acabar com a paralisação de professores das universidades públicas e de servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) aproximou os dois grupos grevistas. Decidiram permanecer parados e mobilizados. Hoje, às 10 horas, professores e funcionários do INSS farão uma reunião na sede do Sindicato Nacional de Docentes do Ensino Superior (Andes). Eles combinaram receber juntos, oficialmente, a intimação do juiz federal José Pires da Cunha, que determinou a volta imediata ao trabalho. Professores e servidores também entram hoje com recurso no Tribunal Regional Federal (TRF) contra a decisão.

A multa diária no caso de descumprimento da liminar, determinada pelo juiz, é de R$ 50 mil para as entidades sindicais. Cunha tomou a decisão obedecendo o pacote de medidas contra as greves baixado na terça-feira pelo governo federal. As ações contra os servidores foram pedidas à Justiça Federal pela Advocacia Geral da União (AGU). ''Este pacote é de uma gravidade imensa'', pondera o presidente do Andes, Roberto Leher. ''Com uma penalidade desta proporção, é completamente inviável a greve, mas isso não intimida os professores.''

Estratégia - Simbolicamente, o recurso será apresentado em conjunto, mas as ações serão separadas. Professores e servidores tentarão derrubar a liminar do juiz com base no artigo 207 da Constituição, que garante a autonomia universitária. Pela lei, só as universidades têm poder de cortar o ponto ou suspender o pagamento de salários. Os grevistas também usarão o artigo 37 da Constituição. O texto assegura o direito à greve dos servidores públicos. O artigo, entretanto, não foi regulamentado.
''Nosso ato será uma denúncia contra o governo'', afirmou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS), Denise da Motta Dau. A decisão de unir os movimentos foi tomada na tarde de ontem após um encontro dos servidores do INSS no teatro dos bancários, em Brasília, com a presença de 200 pessoas. Eles querem provar que o movimento não se abalou com as medidas do governo.

Pacote do governo - O pacote, assinado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso permite a demissão de servidores em greve por mais de 30 dias. Além disso, concede ao presidente poderes para definir o pagamento do funcionalismo. O governo baixou ainda uma medida provisória que permite a contratação temporária de profissionais para substituir os grevistas. No entanto, o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, garantiu que tal dispositivo não seria usado no caso das universidades.
Com o encontro de hoje, os sindicalistas tentarão provar que não se intimidaram. ''O ataque do não vai criar problemas para o movimento sindical'', disse o secretário-geral do CNTSS, Vladimir Neponuceno. O pacote antigreve também sofre resistência no Congresso. Partidos de oposição entraram com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as medidas.


A agonia da CPI do Sivam
Trabalho só vai decolar se sigilo bancário de embaixador for quebrado

BRASÍLIA - Na falta de um novo escândalo do painel eletrônico ou de outra obra superfaturada do TRT, uma apagada CPI em curso na Câmara dos Deputados tenta trazer à tona velhas investigações: nesse caso, o projeto Sivam, mega-investimento de US$ 1,4 bilhão destinado ao monitoramento do espaço aéreo da Amazônia que recebeu pesadas críticas em fins do século passado: mais precisamente em 1995.
A CPI foi instalada em agosto, com seis anos de atraso em relação às suspeitas de tráfico de influência levantadas contra o embaixador Júlio César Gomes dos Santos. Demitido da chefia do Cerimonial do Palácio do Planalto, Santos era suspeito de exercer tráfico de influência a favor da empresa norte-americana Raytheon, contratada para implantar o projeto.
O deputado Confúcio Moura (PMDB-RO), relator da CPI, dá uma boa definição de quão atrasada está a sua comissão: ''Temos muito pouco a fazer agora, porque mais de 90% do projeto já foi implantado'', conforma-se.

Pior: depois de colher oito depoimentos em três meses de reuniões pouco freqüentadas, a CPI só tem até agora uma única chance de não ser arquivada: a quebra do sigilo das contas bancárias mantidas nos Estados Unidos pelo embaixador.
Na semana passada, os deputados aprovaram a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal de Santos, atual representante do Brasil no Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Santos vive em Roma desde 1997, com um salário em torno de R$ 15 mil.
A Procuradoria da República no Distrito Federal foi a responsável pelo pedido da quebra do sigilo bancário e fiscal do principal envolvido no caso Sivam. Serviria para verificar se há compatibilidade entre o patrimônio do embaixador e sua movimentação bancária. Na Câmara, os deputados receberam informações de que a movimentação bancária do embaixador no Brasil ultrapassa em quase R$ 500 mil a receita resultante dos salários como diplomata. A venda de um imóvel justificaria a diferença, alegou Santos no processo.

Acordo - A CPI do Sivam só vai decolar se conseguir convencer o governo a usar o acordo de cooperação judiciária firmado com os Estados Unidos. Pelo acordo, o Ministério da Justiça poderá pedir ao Ministério P


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