Saturnino diz que novo mínimo demonstra maior atenção do governo com a questão salarial



O senador Roberto Saturnino (PT-RJ) afirmou nesta segunda-feira (31) que o novo valor do salário mínimo, de R$240,00, não foi decepcionante. Segundo o senador, -não houve nenhum recuo em relação ao esperado e foi uma decisão que demonstrou uma atenção maior desse governo quanto a essa questão, uma vez que o governo anterior falava em R$ 211,00-.

Conforme o senador, a Previdência tem sido um fator limitador e contigenciador- no momento de se fixar patamares mais elevados para o salário mínimo. Ele reconheceu que o próprio líder do governo, senador Aloizio Mercadante, já admitiu que o PT se equivocou ao combater a reforma da previdência durante a administração anterior.

- Não quero criar expectativas falsas. Mas que os senhores não se surpreendam se o governo Lula, depois da Reforma da Previdência e antes de abril de 2004, enviar ao Congresso uma nova medida provisória com um patamar acima de R$ 240,00 - avisou Saturnino.

Ao comentar o pronunciamento que o líder do PSDB, senador Artur Virgílio (PSDB-AM), havia feito sobre o novo salário mínimo, Saturnino apontou diferenças de filosofia entre o atual governo e o anterior. Conforme Saturnino, Virgílio considerou que os valores fixados pelas autoridades da área econômica foram realistas em face das condições econômicas enfrentadas pelo país. A administração atual, de acordo com o senador pelo Rio, é de natureza desenvolvimentista, como o foi a do ex-presidente JK, pois pretende adotar uma política salarial onde os reajustes sejam superiores aos aumentos de produtividade. Segundo ele, faz parte da filosofia do atual governo induzir aumento de produtividade por meio dos aumentos salariais, numa política que foi bem sucedida nos países onde foi adotada com coerência a social democracia.

Em aparte, Artur Virgílio admitiu que poderia votar favoravelmente ao projeto do governo que fixa o mínimo em R$ 240,00. O importante é que exista fonte orçamentária disponível para dar cobertura ao novo salário, segundo o líder peessedebista.

Sudene

A volta da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) foi saudada por Saturnino como uma iniciativa acertada do atual governo. Ele destacou a escolha do nome da economista Tânia Barcelar para superintendente da instituição e ressaltou que -agora a superintendência voltará a ter sua função antiga, que era a de fomentar o desenvolvimento-.

De acordo com o senador, durante o período FHC a Sudene havia perdido sua função mais importante. Com a supressão do papel do Estado no processo de desenvolvimento nacional, aquele órgão -já havia sido extinto de fato, muito antes de o ser por direito-.

Em aparte, o senador Efraim Moraes (PFL-PB), que é autor de requerimento convidando Tânia Bacelar para comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos, manifestou sua concordância em relação à escolha do nome da economista para dirigir a Sudene.

- Vamos tomar conhecimento do pensamento dela. Só posso avançar uma certeza: será uma Sudene com desenho desenvolvimentista e não de retração do estado - assegurou Roberto Saturnino.



31/03/2003

Agência Senado


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