Alvaro anuncia fechamento de questão por um salário mínimo maior



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) anunciou que a bancada do seu partido, em reunião realizada nesta terça-feira (15), fechou questão em torno de um salário mínimo superior aos R$ 260 propostos pelo governo federal. O fechamento de questão envolve também a presença na sessão que apreciará a medida provisória que eleva o salário mínimo brasileiro.

Na avaliação do senador pelo Paraná, é surpreendente ver o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que emergiu como liderança na luta sindical defendendo salários melhores para os operários - renegar o seu passado. Alvaro também rechaçou o argumento usado por autoridades do governo federal de que apenas o crescimento econômico garantirá salários melhores. Ele lembrou que essa tese, quando defendida pelos integrantes da ditadura militar, foi rechaçada até por integrantes do PT, que naquela época, como o partido não existia, eram filiados ao MDB.

- O que nós da oposição estamos pretendendo, um salário mínimo de 275 reais, é muito menos do que Lula prometeu durante a campanha presidencial, quando ele disse que dobraria o valor real do salário mínimo até o final do seu mandato. Para honrar sua palavra ele teria que propor um valor de R$ 312,98 já a partir deste ano - afirmou.

Dados de um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) também foram citados pelo senador do PSDB. Ele iniciou seu pronunciamento revelando que o TCU concluiu, ao avaliar a atuação do governo federal em 2003, que o Brasil está produzindo uma espécie de capitalismo singular que premia o capital e pune o trabalho. Alvaro completou que o TCU constatou que essa situação, que penaliza os trabalhadores, foi agravada na gestão Luiz Inácio Lula da Silva.

Em aparte, o senador Leonel Pavan (PSDB-SC) solidarizou-se com petistas e integrantes da base aliada de outros partidos, que estariam sendo coagidos a votar por um salário mínimo de R$ 260. Já o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) destacou que a oposição está propondo apenas 5% além do valor que o governo quer. Ele comparou que se o PT não estivesse no poder seguramente estaria defendendo um mínimo na faixa dos R$ 400.

O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) lamentou que está ficando explícita a intenção do governo federal de pressionar os senadores por meio de favorecimentos, para tentar mudar sua opinião a respeito do salário mínimo. Ele avaliou que essa estratégia não será bem-sucedida junto aos parlamentares da oposição.

- Se o governo pretende aprovar seu projeto, que vá buscar nos seus aliados os votos que não tem. Com o PSDB e a oposição esse tipo de argumento não vai valer - declarou Sérgio Guerra.



15/06/2004

Agência Senado


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