Saúde fará evento para definir estratégias da luta pela redução do sal nos alimentos



O Ministério da Saúde realiza entre os dias 24 e 25 de outubro o III Seminário de Redução do Consumo de Sódio no Brasil. O objetivo do evento é promover a discussão dos avanços e desafios na redução do consumo de sódio e envolver outros órgãos, associações e representações nesta agenda.

“Vamos discutir o cenário atual e as perspectivas futuras das estratégias para redução do consumo de sódio no País, a fim de envolver toda a cadeia de produção, distribuição e comércio de alimentos e outros setores ligados ao tema, como representações de profissionais de saúde, sociedades médicas, pesquisadores e trabalhadores”, destaca a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição, Patrícia Jaime.

O consumo excessivo de sódio está diretamente associado à hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e doenças renais, e a população brasileira consome mais de duas vezes a ingestão máxima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para este nutriente. Dados recentes apontam ainda, que quase 70% das mulheres e 90% dos homens adultos consomem mais sódio do que o recomendado, além de ser muito frequente o consumo excessivo de sal por adolescentes e até por idosos.

Iniciativa

Em abril, o Ministério da Saúde e as associações que representam os produtores de alimentos processados assinaram acordo para estabelecer um plano de redução voluntária, gradual e sustentável na quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos até 2020. A redução vai ocorrer no primeiro momento em massas instantâneas, pães e bisnaguinhas. Ministério e associações também definiram um cronograma de ações para as demais categorias prioritárias de alimentos até o final de 2011.

No caso das massas instantâneas, está programada uma redução anual de 30% até 2012 e, dos pães de forma e bisnaguinhas, 10% ao ano até 2014. “O objetivo principal do ministério, no processo de negociação com as indústrias, é garantir que as metas pactuadas representem um impacto efetivo sobre o consumo de sódio pela população”, afirma Patrícia Jaime.

Até o fim de 2011, será a vez das metas para bolos e misturas para bolos, salgadinhos industrializados, biscoitos (cream cracker, recheados e maisena), embutidos (salsicha, presunto, hambúrguer, empanados, linguiça, salame e mortadela), caldos e temperos, margarinas vegetais, maioneses, derivados de cereais, laticínios (bebidas lácteas, queijos e requeijão) e refeições prontas (pizza, lasanha e sopas).

Avaliação

Está previsto um sistema de monitoramento a partir de dados de rotulagem nutricional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), análises laboratoriais dos alimentos na rede de Laboratórios Centrais e avaliação da redução do uso de sal e outros ingredientes à base de sódio pelas indústrias. O monitoramento tem como referência as metas pactuadas, no sentido de dar transparência aos resultados dos pactos para a sociedade em relatórios anuais a serem elaborados pelo Ministério da Saúde e Anvisa.

A avaliação dessas iniciativas envolverá ainda o acompanhamento das tendências de consumo alimentar da população e a avaliação do impacto da redução do consumo de sódio nos custos ao Sistema Único de Saúde (SUS) e na saúde da população.

Campanha

Em outro eixo das estratégias para a redução do consumo de sódio, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em parceria com o Ministério da Saúde e a Anvisa, lançou, em julho, o piloto da campanha “Menos sal. Sua saúde agradece”, no Distrito Federal. A campanha é uma das respostas ao acordo firmado em abril de 2011 com o setor varejista, no qual estão previstas medidas para o consumo consciente e promoção da alimentação saudável, entre outras.

“A campanha trabalha a conscientização dos consumidores e empregados dos estabelecimentos comerciais em relação aos malefícios do consumo excessivo de sal, trazendo orientações para o uso racional do sal, como a retirada do saleiro da mesa e o uso de temperos naturais”, explica Patrícia Jaime. “Além, disso, visa a orientá-los a fazer escolhas de alimentos mais saudáveis com base nas informações da rotulagem nutricional”, completa.
 

Fonte:
Ministério da Saúde



21/10/2011 18:54


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