Saúde libera mais de R$ 360 mi para combate à dengue



O Ministério da Saúde autorizou o repasse de mais de R$ 360 milhões para municípios de todo o Brasil intensificarem o combate ao mosquito da dengue. Os recursos fazem parte do Fundo Variável de Vigilância em Saúde (PVVS), do Componente de Vigilância em Saúde de incentivo financeiro para qualificação de ações de vigilância. A decisão está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (20).

Ao todo, foram liberados 30% do PVVS anual, totalizando R$ 363,3 milhões, em parcela única, aos Fundos Estaduais, Municipais e do Distrito Federal.

Confira a lista completa de repasses aos municípios

LIRAa

Em 2013, o Brasil já conseguiu reduzir em 30% o número de mortes por dengue e tem, hoje, tem um dos menores índices de mortalidade pela doença nas Américas, com 0,03 óbitos para cada 100 notificações.

Novo mapa da dengue revela que 157 municípios brasileiros estão em situação de risco para a doença, outros 525 em alerta e 633 cidades com índice satisfatório. Os dados são do Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa), apresentado nesta terça-feira (19) pelo ministro da Saúde Alexandre Padilha e pelo secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

O levantamento, elaborado pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios, foi realizado entre 1º outubro e 08 de novembro deste ano em 1.315 cidades e tem como objetivoidentificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da doença.

Levantamento

Nos municípios classificados em situação de risco, mais de 4% dos imóveis pesquisados apresentaram larvas do mosquito. É considerado estado de alerta quando os imóveis pesquisados apresentam índice entre 1% a 3,9% e satisfatório quando fica abaixo de 1%.

O levantamento também revelou que três capitais estão em situação de risco: Cuiabá, Rio Branco e Porto Velho. Outras 11 (Boa Vista, Manaus, Palmas, Salvador, Fortaleza, São Luís, Aracaju, Goiânia, Campo Grande; Rio de Janeiro e Vitória) apresentaram situação de alerta e seis estão com índices satisfatórios (Macapá, João Pessoa, Teresina, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre). Sete capitais (Belém, Maceió, Recife, Natal, Florianópolis e Brasília) ainda não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa. Estes resultados foram consolidados até esta segunda-feira (18) e o Ministério da Saúde continua recebendo as informações dos estados.

Criadouros 

Além de ajudar os gestores a identificar os bairros em que há mais focos de reprodução do mosquito, o LIRAa também aponta o perfil destes criadouros. Segundo o levantamento, 37,5% dos focos estão em formas de armazenamento de água, 36,4% em espaços em que o lixo não está sendo manejado adequadamente e 27,9% em depósitos domiciliares.

Esse panorama varia entre as regiões. Enquanto na região Sudeste, 47,9% dos focos estão dentro das residências, no Nordeste e no Norte o armazenamento de água é a principal fonte de preocupação, com índice de 75,9% e 37,5%, respectivamente. Já o Sul e o Centro-Oeste têm no armazenamento de lixo o principal desafio, com taxas de 81,2% e 49,7%, respectivamente.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, explicou que a pesquisa indica, antecipadamente, onde estão os principais focos, enquanto há tempo de agir. “Com base nos criadouros, o LIRAa orienta  que tipo de ação o gestor local deve adotar. O número de casos dá um panorama do passado, já o levantamento mostra onde pode ter maior incidência no próximo ano.”, observou o secretário. Segundo ele, as prefeituras que usarem o LIRAa como instrumento de intervenção,  podem reduzir os casos de dengue.  “Além de mostrar qual é o bairro com maior incidência, o mapa revela o depósito predominante”, explicou Jarbas Barbosa. 

Nova Campanha

O jogador Cafu, capitão da seleção pentacampeã do mundo de futebol, está se unindo ao esforço do Ministério da Saúde no combate à dengue. Ele participa da campanha deste ano para alertar a população sobre a importância de eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypt. No lançamento da campanha nesta terça-feira, o jogador - que estava presente – falou da importância da campanha de conscientização.

“Com uma maneira simples, nós podemos mudar esta realidade. Como a própria campanha diz, bastam 15 minutos, o intervalo entre um jogo e outro, para que as pessoas realizem uma fiscalização em suas casas e vejam se não há focos do mosquito”, disse o jogador.

Com o slogan “Não dê tempo para a Dengue”, as peças serão veiculadas em TVs, rádio, internet, redes sociais e mídias impressa e exterior. O objetivo é mostrar que a prevenção leva pouco tempo, mas o suficiente para proteger familiares e vizinhos.

Além do reforço na orientação à população, o Ministério da Saúde adquiriu 100 toneladas de larvicida, 227 mil litros de adulticida e 10,4 mil kits diagnósticos, que estão sendo enviados aos municípios. Para os profissionais, estão sendo distribuídos guias de classificação de risco e tratamento, além de capacitações por meio da Universidade Aberta do SUS (UnaSUS).

Redução  de óbitos

O reforço na assistência básica ao paciente com dengue, que vem sendo ampliado ano a ano pelo Ministério da Saúde, resultou em redução gradativa dos casos graves e óbitos de dengue.

Em comparação com 2010, houve uma queda de 61% nos casos graves (de 16.758 para 6.566) e de 10% nos óbitos (de 638 para 573), mesmo com o crescimento no número de notificações da doença.

Com estes avanços, foi possível reduzir a taxa de letalidade da doença: a proporção de óbitos diminuiu quase pela metade, passando de sete mortes a cada 10 mil casos para quatro óbitos a cada 10 mil notificações.

Também houve diminuição da frequência da gravidade dos casos. Em 2010, de cada mil doentes, 17 chegavam a um quadro grave; em 2013, a parcela ficou em quatro casos graves para cada mil notificações.

Com isso, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), até agosto, o Brasil apresentou taxa de mortalidade de 0,03.

Em 2013, foram notificados 1,4 milhão de casos prováveis de dengue no país, em decorrência de uma maior circulação do subtipo tipo 4 do vírus causador da doença, que respondeu por 60% dos casos.

A região Sudeste, responsável por 63,4% dos casos com 936.500 registros, tem o maior número de casos, seguida pela região Centro-Oeste (271.773 casos; 18,4%), Nordeste (149.678 casos; 10,1%), Sul (70.299 casos; 4,8%) e Norte (48.667 casos; 3,3%).

Sintomas

Febre, dor de cabeça, dor nos olhos, dores nas costas, manchas no corpo e, em alguns casos, pequenas hemorragias na boca, urina ou no nariz, são sintomas de dengue. A doença pode se manifestar de formas diferentes, mas o tratamento para ela tem um item básico: a hidratação. A dengue compromete a circulação do sangue, e por isso a água é fundamental no tratamento.

Aos primeiros sintomas da dengue, a recomendação é que a pessoa procure o serviço de saúde mais próximo. É fundamental não se automedicar, o que pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico. Pacientes e familiares devem dar atenção especial para sinais de agravamento como vômitos e dores abdominais.

Dengue hemorrágica

A ocorrência da forma mais grave da doença acontece, na maioria das vezes, quando a pessoa já foi infectada anteriormente por um tipo diferente do vírus. Existem quatro tipos de dengue no Brasil e no mundo. A dengue pode se apresentar, clinicamente, como infecção inaparente, dengue clássica, febre hemorrágica da dengue e síndrome de choque da dengue.

Prevenção

Para evitar a picada do mosquito, o uso de repelente é eficiente, pelo menos, três vezes ao dia, telas na janela e mosquiteiros também ajudam. O mosquito se reproduz em ambientes que contêm água parada e limpa. Seus ovos podem sobreviver até um ano em ambiente seco e esperam a estação seguinte de chuvas para formar novas larvas e multiplicar os mosquitos.

A melhor forma de prevenir é combater o mosquito transmissor retirando possíveis criadores como pneus em áreas abertas, que podem reter água da chuva; colocando areia ao invés de água nos pratinhos de plantas; limpando sempre vasos sanitários pouco usados, vasilhames de água de animais domésticos, caixas de água e piscinas.

Fontes:

Diário Oficial da União

Ministério da Saúde



20/11/2013 11:57


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