Schneider diz que CPI da Segurança muda a trajetória política do Estado
"As graves e sérias denúncias surgidas a partir da escuta da gravação da conversa ocorrida entre o ex-chefe de Polícia delegado Luis Fernando Tubino e Diógenes de Oliveira, presidente do Clube de Seguros da Cidadania e que foi secretário de Transportes de Porto Alegre na administração de Olívio Dutra na prefeitura de Porto Alegre e que mantém estreitas relações com o atual prefeito Tarso Genro (conforme a fita), justificam a importância de uma CPI para esclarecer à opinião pública gaúcha os pontos obscuros deste episódio de tráfico de influência e relações promíscuas do alto escalão do governo Olívio Dutra". Esta a constatação do vice-presidente da CPI da Segurança Pública, deputado Elmar Schneider (PMDB) que acredita que todas estas informações vão ser profundamente investigadas pelo Ministério Público.
O parlamentar destaca, também, que a Comissão Parlamentar de Inquérito contou com a isenção do Poder Judiciário gaúcho, que, com critério e zelo público, manteve a quebra do sigilo bancário e telefônico de integrantes do Clube da Cidadania. "Acredito que, naquele momento, toda a sociedade voltou os olhos à CPI, que com firmeza e coragem colocou à tona um dos maiores escândalos da vida política do Rio Grande do Sul, em nome da transparência e das garantias do cidadãos rio-grandenses", assinalou.
O deputado afirma que a CPI está conseguindo alcançar os seus objetivos. "Ao longo do trabalho estamos podendo constatar alguns problemas críticos na área da segurança, questões estruturais, históricas, porém muitas relacionadas à política de governo para o setor. O nosso relatório poderá ser um bom parâmetro para auxiliar o governo para modificar os rumos adotados e fortalecer as medidas eficazes que vêm encontrando amparo na população", avaliou.
O peemedebista alegou ainda, que o atual governo, segundo estudos da própria Secretaria da Fazenda, é a administração que menos investiu em segurança pública nos últimos 30 anos. "Os índices de criminalidade que vêm alarmando a sociedade rio-grandense são justificáveis quando vemos os ínfimos recursos destinados à área. Hoje os nossos policiais civis e militares são verdadeiros heróis, pois mesmo sem as melhores condições de serviço, na sua grande maioria são profissionais dedicados e que prestam um trabalho exemplar às suas comunidades", afirmou.
Schneider não descartou a possibilidade de que uma nova CPI seja instalada para investigar as relações de campanhas eleitorais com a contravenção e o jogo de influências dentro da administração estadual. "Como homens públicos temos o dever de levar à população o máximo de transparência. Pressões e ameaças não intimidarão os que buscam, com responsabilidade e isenção, a verdade dos fatos", concluiu.
A CPI da Segurança é presidida pelo deputado Valdir Andres (PPB) e tem como relator o deputado Vieira da Cunha (PDT).
10/30/2001
Artigos Relacionados
Schneider quer Comissão discutindo segurança no interior
Brasil precisa de uma política de Estado para a segurança pública, diz especialista
Schneider denuncia perseguição política na Secretaria da Justiça
SESSÃO PLENÁRIA/José Farret critica política para a segurança no Estado
Camata elogia trajetória política de Marchezan
Emocionado, Sarney relembra sua trajetória política