Seade: Cenários futuros da população paulista



O ritmo de crescimento observado na última década foi de apenas 1,82% ao ano, praticamente a metade do registrado na década de 70

A população residente no Estado de São Paulo era composta de 37 milhões de pessoas, de acordo com o Censo Demográfico de 2000 (IBGE), concentrando quase 22% da população brasileira. Em 30 anos, a população paulista mais que dobrou. O ritmo de crescimento observado na última década foi de apenas 1,82% ao ano, praticamente a metade do registrado na década de 70. Essa desaceleração no ritmo de crescimento já havia sido prevista pelo Seade de acordo com as hipóteses formuladas ainda na década de 80.

As hipóteses de comportamento elaboradas para os componentes demográficos no futuro, com base no Censo Demográfico de 2000 (IBGE) e das estatísticas vitais recentes (Fundação Seade), deverão resultar na continuidade deste processo de desaceleração do ritmo de crescimento. A população paulista deverá alcançar chegar a 48,9 milhões de habitantes, em 2025. A redução gradativa das taxas de crescimento esperadas responderá por um ritmo de crescimento populacional de aproximadamente 0,73% ao ano, no qüinqüênio 2020-2025.

Essas alterações na dinâmica populacional definirão diferentes estruturas etárias, nos primeiros 25 anos do século 21. Trata-se de um conjunto de informações decisivas para adaptação e formulação de políticas públicas específicas para os contingentes populacionais relativos a cada grupo etário.

Os resultados são apresentados de duas formas: A primeira é a pirâmide etária populacional projetada, que revela uma população predominantemente adulta, em processo de envelhecimento populacional. A outra é a evolução do volume populacional em cinco grandes grupos etários, que explicita a tendência diferenciada de crescimento de cada um deles e indica a pressão demográfica resultante em diversos setores da sociedade.

Idade mediana 

O envelhecimento populacional fica mais explícito ao se comparar a evolução da idade mediana da população paulista. No ano 2000, a divisão populacional em volumes iguais estava concentrada na idade de 25 anos. Em 2025, esse corte deverá ser registrado na idade de 35 anos. Outro dado interessante, que confirma as alterações na estrutura etária, é relativo ao grupo etário de maior destaque em volume. Em 2000, esse grupo era de 15 a 19 anos, enquanto em 2025 esse destaque deverá ficar com a parcela populacional com idade entre 40 e 44 anos, que representa justamente o grupo etário de 15 a 19 anos, 25 anos depois.

A população idosa, representada pelo contingente com mais de 65 anos, será a parcela que mais crescerá. Seu ritmo de crescimento, nos próximos 25 anos, deverá ser, em média, 3,8% ao ano. A principal conseqüência será a elevação da participação desse contingente na população total que deverá dobrar, passando de 6%, em 2000, para 12% em 2025. Serão 5,7 milhões de idosos, o que significa um aumento de 2,5 vezes em relação aos 2,2 milhões recenseados em 2000. As mulheres idosas continuarão sendo maioria neste grupo etário.

Uma conseqüência dessa evolução pode ser percebida na razão de dependência da população idosa, calculada pela relação entre este grupo etário e a população potencialmente mais ativa, entre 15 e 64 anos. Em 2000, esse indicador era 9,1, enquanto em 2025 passa a 17,0, demonstrando importante crescimento na pressão que os idosos terão em relação à população contribuinte, por exemplo, para a Previdência Social. Outro relevante impacto será na área da saúde, em que o volume crescente de idosos demandarão maior número de consultas, exames e internações.

A segunda parcela que mais aumentará nos próximos anos é a população de 50 a 64 anos. Seu ritmo de crescimento deverá ser de 3,2% ao ano, nos próximos 25 anos. Concentrará cerca de 18% da população paulista e deverá atingir 8,7 milhões de pessoas. Nesse grupo, as mulheres também serão maioria, mas a razão entre os sexos não será tão diferenciada: 1,1 mulher para cada homem.

População adulta 

A população adulta, entre 30 e 49 anos, será a parcela a apresentar o maior volume: 14,8 milhões de pessoas, concentrando 30% da população total residente no Estado. Nesse grupo, deverá existir equilíbrio populacional entre os dois sexos. A taxa média de crescimento esperado para os próximos 25 anos deverá ser de 1,4% ao ano, aproximando-se mais do ritmo de crescimento do total da população (1,1%).

Menos de 30 

Os contingentes populacionais com menos de 30 anos deverão manter, aproximadamente, o mesmo volume até 2025, apresentando taxas médias de crescimento negativas, mas muito próximas de zero. Também neste grupo o equilíbrio entre a população para ambos os sexos será perfeito: uma mulher para cada homem.

Entre 15 e 29 

O grupo jovem-adulto, com idades entre 15 e 29 anos, deverá ser composto por 10,2 milhões de pessoas em 2025, volume bastante semelhante ao registrado em 2000, que era de 10,3 milhões. Esse comportamento deverá manter estável a pressão por novos empregos, no futuro.

Menos de 15 

Já a população com menos de 15 anos deverá contar com 9,4 milhões de pessoas em 2025, decrescendo, em média, 0,12% ao ano. Este índice é conseqüência direta da tendência decrescente esperada para os níveis de fecundidade. Nesse grupo, é possível separar duas parcelas que demandam necessidades distintas: as crianças com menos de quatro anos e a população em idade escolar, entre sete e 14 anos. Esse comportamento demográfico permite dizer que, no futuro, não haverá aumento da pressão resultante na área de educação, cuja resposta deste setor, para garantir a cobertura da população com idade regular para cursar o ensino fundamental, poderá trabalhar com uma perspectiva segura de manutenção dos níveis atuais de demandas. A área de saúde infantil também contará com volumes uniformes nos próximos 25 anos, auxiliando no planejamento de serviços especiais para essa população infantil, como o dimensionamento estável de doses de vacina e serviços de saúde maternoinfantil, por exemplo.

O conhecimento da ordem de grandeza da população no futuro e sua composição por sexo e idade, considerando aspectos apontados que sinalizam a dinâmica da população e o processo de mudança de seu perfil, torna possível trabalhar com um retrato mais aproximado para este começo de século. A concentração de esforços, para um preparo antecipado para atender às demandas emergentes da população pode reduzir, quando não for possível evitar, os problemas e as dificuldades

01/29/2007


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