Seade: Projeção indica rumos da população paulista até 2020



Pirâmide etária projetada para daqui 13 anos revela população predominantemente adulta, em pleno processo de envelhecimento

Quais ações na área de saúde serão necessárias para atender ao perfil da população do ano 2020? Qual a quantidade de vagas necessárias na rede pública de ensino daqui a cinco ou dez anos? Para auxiliar o governo a tomar decisões estratégicas que precisam considerar cenários demográficos futuros, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) realiza projeções populacionais, visto que o conhecimento do tamanho e da composição da população, por idade e sexo, constitui instrumento fundamental para todas as esferas de planejamento, tanto na administração pública como na privada. Esses dados possibilitam  melhor previsão das demandas de necessidades básicas, como habitação, educação, previdência, emprego, saúde e transporte.

Tais informações permitem, ainda, estudos específicos sobre determinados segmentos populacionais para os quais são formuladas políticas específicas, como os idosos, mulheres, jovens e crianças. Os dados desse estudo também são úteis ao setor privado, que pode utilizar esses números para fazer dimensionamento de mercados. O mais recente levantamento do Sistema Seade de Projeções Populacionais (SSPP), já disponível no site da instituição (www.seade.sp.gov.br), faz projeções para a população paulista até o ano 2020, quando o Estado deverá abrigar 47,2 milhões de habitantes.

Relógio populacional 

Hoje, o relógio populacional do site da Fundação Seade registra em território paulista 40,8 milhões de pessoas, o que faz de São Paulo a unidade da federação mais numerosa do país, concentrando 21,7% da população brasileira e 11% de todos os sul-americanos. O Estado abriga maior número de habitantes que todos os países da América, com exceção da Colômbia.

Envelhecimento da população 

A tendência esperada para os componentes da dinâmica demográfica paulista considera a continuidade da queda nos níveis da fecundidade, o gradativo aumento da expectativa de vida ao nascer e a redução nas taxas de migração para o Estado. A interação dessas variáveis deverá resultar na continuidade do processo de desaceleração do ritmo de crescimento populacional. Tais tendências também produzem importantes alterações na estrutura etária e no ritmo de crescimento de todos os segmentos da população do Estado.

A redução esperada das taxas anuais de crescimento deverá ser gradativa, passando de um incremento médio de 1,56% ao ano, no período de 2000-2005, para aproximadamente 0,90% no qüinqüênio 2015-2020. Uma conseqüência dessa tendência é a expressiva modificação do perfil populacional do Estado de São Paulo, nos próximos 20 anos. A pirâmide etária projetada para 2020 revela uma população marcadamente adulta, em pleno processo de envelhecimento populacional.

A população idosa, representada pelo contingente com idade superior a 65 anos, é a parcela que mais aumentará nos próximos anos. Seu ritmo de crescimento nesses 20 anos deverá ser, em média, 3,7% ao ano. A principal conseqüência será o aumento da participação desse contingente na população total, passando de 6%, em 2000, para 10%, em 2020. Já a população menor de 15 anos, em 2020, representada principalmente pelos sobreviventes dos nascimentos dos próximos anos, deverá permanecer praticamente inalterada. O mesmo que já se verificou com este segmento etário no período 2000-2005.

Metodologia 

O modelo de projeção populacional adotado pelo Seade baseia-se no chamado método dos componentes demográficos, que considera, na simulação dos possíveis cenários futuros para a população paulista, a interação das três variáveis responsáveis pelo crescimento populacional: fecundidade, mortalidade e migração. Mensalmente, a Fundação Seade faz um levantamento nos cartórios de registro civil de todos os municípios paulistas, para coletar informações detalhadas sobre o registro legal dos chamados eventos vitais – nascimentos, casamentos e óbitos. Estas informações, associadas às provenientes dos censos demográficos e a análises de migração populacional, possibilitam o acompanhamento contínuo da dinâmica demográfica do Estado. No caso específico das populações projetadas disponibilizadas agora pelo Seade, a população de base corresponde àquela recenseada pelo IBGE em 2000.

O estudo permite delinear cenários demográficos ano a ano para o período 2001-2010 e para os anos 2015 e 2020. Organizadas por sexo, faixas etárias qüinqüenais e idade escolar, as informações podem ser visualizadas com diversas possibilidades de agregação regional, que vão desde cada um dos 645 municípios até o total do Estado. Numa consulta aos dados do levantamento é possível descobrir que Borá, o menor município paulista em número de habitantes (hoje com 838 pessoas) terá, em 2020, 939 moradores. Manterá, assim, sua atual condição de único município paulista com menos d

01/29/2007


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