Secretário de Infra-estrutura Hídrica diz que, apesar da polêmica, transposição do São Francisco 'é irreversível'



O secretário de Infra-Estrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, João Reis Santana Filho, afirmou nesta terça-feira (9), em depoimento no Senado, que, apesar da polêmica em torno da transposição do Rio São Francisco, a obra "é irreversível" e trará incontáveis benefícios para a população do Nordeste em termos de abastecimento d'água para consumo e irrigação.

João Reis Santana Filho informou que as obras de integração de águas do Rio São Francisco com outras bacias do Nordeste "estão andando muito rápido". Dos R$ 6,9 bilhões previstos para todo projeto, incluindo manejo ambiental, R$ 2,1 bilhões já foram contratados e R$ 304 milhões, desembolsados.

- Agora é que as empresas estão entrando. Até bem pouco tempo, só o Exército estava atuando - explicou o secretário, perante a comissão temporária externa criada para acompanhar o desenvolvimento do projeto, presidida pelo senador Cícero Lucena (PSDB-PB).

De acordo com João Reis Santana Filho, a chamada transposição de águas para as bacias do nordeste setentrional tem custo inicial estimado em R$ 4,6 bilhões. Já a revitalização do rio custará R$ 1,7 bilhão. Um conjunto de 36 "programas básicos ambientais" exigidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) consumirão outros R$ 600 milhões. No total, portanto, deverão ser gastos, a preços de hoje, R$ 6,9 bilhões.

O secretário informou que há obras dentro do cronograma, outras atrasadas e outras adiantadas. Entre aquelas em atraso ele mencionou as que dependem de ações da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), relativas ao Programa de Apoio às Comunidades Quilombolas. Santana citou ainda obras que não puderam se realizar por conta das cheias de verão na região pernambucana de Cabrobó.

O trecho chamado Eixo Leste está previsto para ser concluído até 2010 e o Eixo Norte, até 2012.



09/09/2008

Agência Senado


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