Segunda etapa da limpeza do Tietê acaba em julho



Com isso, aumenta o índice de coleta e tratamento de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo

A segunda etapa do Projeto Tietê chega ao final no próximo mês de julho, quando a Sabesp vai registrar novos aumentos nos índices de coleta e tratamento de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo. O primeiro indicador saltará de 80% para 84%, beneficiando 3,6 milhões de habitantes. O segundo índice passará de 62% para 70%, atingindo 8,5 milhões de pessoas. O projeto reúne uma série de obras com o objetivo de despoluir o Tietê, por meio da diminuição da quantidade de esgoto que é lançada diretamente no rio. A conclusão desta etapa traz como conseqüência a redução da mancha crítica de poluição do rio em 160 quilômetros.

No ano passado, o Governo do Estado concluiu a instalação de 97% dos interceptores, 88% dos coletores e 90% de redes coletoras. Até o momento, 122,5 mil residências já foram ligadas às redes coletoras. Ao todo, esta segunda fase demandou investimentos da ordem de US$ 400 milhões.

Até julho será finalizada a implantação do sistema de interceptores ao longo do rio Pinheiros. Os equipamentos têm a função de escoar o esgoto coletado nos domicílios na área das represas Billings e Guarapiranga e levá-lo para a ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) de Barueri.

De acordo com a Sabesp, já foram iniciadas as negociações com organismos internacionais para financiar a terceira etapa do Projeto Tietê.

Primeira etapa

O Sistema de Esgotos da Grande São Paulo, composto de cinco grandes ETEs e de um sistema de transporte de esgotos coletados, foi estruturado na primeira etapa do programa, iniciada em 1992 e concluída em 1998. Esta fase custou US$ 1,1 bilhão e pôs fim a uma discussão sobre o destino do esgoto na região metropolitana da capital que já atravessava décadas.

No final deste semestre, o Projeto Tietê vai concluir 2,7 mil quilômetros de redes-coletoras de esgoto, 427 quilômetros de coletores-tronco, 70 quilômetros de interceptores e 540 mil novas ligações domiciliares. Ao todo, foram investidos US$ 1,5 bilhão nas obras.

Padrão europeu

A coleta de esgoto na capital paulista já atingiu patamares de países como Itália (80%) e Espanha (80%). Quanto ao tratamento do esgoto coletado, São Paulo está à frente da Espanha, que atende 59% da população. Com relação ao abastecimento de água, a capital apresenta 100% de atendimento há várias décadas.

Enchentes

Outro foco de atuação do Estado no rio Tietê tem o objetivo de manter sua capacidade de escoar a água da chuva, evitando seu transbordamento. Para tanto, o DAEE(Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão ligado à Secretaria Estadual de Saneamento e Energia, desenvolve continuamente um trabalho de manutenção da calha do rio.

Em 2006 foram investidos R$ 5,2 milhões e, no ano passado, R$ 16,7 milhões no serviço. A medida visa garantir a capacidade hidráulica da calha para o adequado escoamento das vazões de cheias. Trabalham nesta tarefa 110 funcionários diretos e 200 indiretos.

Manoel Schlindwein

(I.P.)

 



03/26/2008


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