Semana de Ciência e Tecnologia da USP atrai 5 mil pessoas



Evento chamou a atenção de estudantes do ensino fundamental e médio, universitários, professores e deficientes físicos

A Cidade Universitária recebeu cerca de 5 mil pessoas durante a Semana de Ciência e Tecnologia. A maioria das atrações ocorreu na Praça do Relógio, onde foram montadas três tendas para exposições, oficinas, teatro e música. Houve também atividades nas demais unidades (museus, institutos e faculdades) e até em outros câmpus da USP no Estado. O evento, criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, é realizado em todo o País e este ano chegou à sua quarta edição.

No primeiro dia, o destaque ficou por conta das tendas. Duas delas para oficinas e teatro e outra só com peças do acervo dos principais museus da USP, na capital. Participaram os museus do Instituto de Geociências, de Zoologia, de Anatomia Veterinária, Astronomia e Ciências Atmosféricas. Estavam também representados a Estação Ciência e o Parque Cientec.

No decorrer da semana, as tendas atraíram a atenção de muitos visitantes, como alunos dos ensinos fundamental e médio, representantes de ONGs, deficientes físicos, além do público diário da USP (estudantes, professores e funcionários).

Duas entidades assistencialistas levaram grupos de deficientes visuais para conhecer o acervo dos museus por meio do tato. A Fundação Dorina Nowill, por exemplo, compareceu com 23 deficientes de seus cursos de reabilitação, que aprendem a se locomover com bengalas e estudam o alfabeto braile.

A monitora da entidade, Eliana Mariane, disse que a semana da USP foi importante para os deficientes não apenas pelo conhecimento de ciências, mas sobretudo por ser uma atividade de motivação. “Nessa fase de reabilitação, todos os eventos que visitamos funcionam como estímulo para eles”. 

Trio de erres

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, de Piracicaba, enviou duas funcionárias para apresentar o espetáculo teatral H3R, sobre a importância de manter a qualidade da água e reciclar o lixo.

Bene Giangroni e Lívia Espada, integrantes do Grupo Hadeuses, fizeram a platéia rir e refletir sobre o tema. O espetáculo foi mostrado três vezes na tenda. Em Piracicaba, elas já fizeram 24 apresentações. H3R trata de três palavras com a letra erre: reduzir, reutilizar e reciclar o lixo.

A organização das atividades na Praça do Relógio coube ao Museu de Ciências da USP. A diretora da entidade, Elisabete Braga Saraiva, explicou que a edição da Semana de Ciência e Tecnologia deste ano foi a primeira a ser realizada num só local. As anteriores eram nas dependências das faculdades, museus e outras unidades espalhadas pela Cidade Universitária. Elisabete informou que mais de 20 unidades da USP participaram dos eventos na Praça do Relógio.

Ela ressalta, também, outras atrações mostradas fora da Praça do Relógio, como Ciência por Dentro da Tela, no Instituto de Astronomia, Semana de Jogos, no Museu de Zoologia, e a Gruta Digital, do Cientec. “Para o ano que vem, temos apoio de autoridades da USP para expandir nossas atrações”, disse. 

Veículo e plataforma 

A Escola Politécnica da USP reservou duas atrações para a Semana de Ciência e Tecnologia: o veículo minibaja e o tanque de provas numérico (TPN). O primeiro, exposto durante quatro dias na Praça do Relógio, é o protótipo de um off-road, projetado e construído pelos alunos de Engenharia Mecânica.

O TPN, instalado na Engenharia Naval, é um sistema de informática que permite simulações na água. O engenheiro naval e estudante de pós-graduação, Felipe Rateiro, informou que uma série de cálculos é feita no computador para se determinar as características de plataformas marítimas de extração de petróleo, por exemplo.

O tanque de provas tem três etapas: a primeira faz modelos virtuais de plataformas, a seguinte (o cluster) efetua cálculos no sistema e a última é onde o engenheiro naval visualiza na tela o modelo estudado. Há, ainda, uma sala com simulações em tanque com água, onde se pesquisa protótipos de plataformas para a Petrobras. 

No Brasil

A semana foi criada em 2004 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, ocasião em que se registraram 1.848 atividades. No ano passado, foram 8.654 em 363 cidades brasileiras, com a participação de 1.014 instituições.

As atrações são as mais variadas possíveis, a critério do organizador local. Montam-se tendas ou estandes em locais públicos, exposições, excursões científicas, experimentos, cursos, palestras, apresentações artísticas e culturais, observação de fenômenos do céu e da natureza, feiras de ciências, além das oficinas.

O ministério distribuiu este ano 23 módulos de filmes e vídeos do Projeto Ver Ciência 2007. As obras são dirigidas a todas as faixas etárias, porém, recomendadas a crianças a partir de 14 anos e após a sétima série do ensino fundamental. 

Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial 
(S.M.)



10/14/2007


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