Senado aprova requerimento de pesar por Décio Freitas
O Plenário aprovou requerimento de pesar, apresentado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), pelo falecimento do escritor, jornalista e historiador gaúcho Décio Freitas, falecido nesta terça-feira (9), em sua residência em Porto Alegre, aos 82 anos de idade. De acordo com as tradições da Casa serão enviadas condolências à família e à Assembléia Legislativa do Estado, onde será realizado o velório, a partir das 15h. Segundo Paim, Décio Freitas foi um dos escritores e historiadores mais importantes do Brasil, tendo publicado mais de uma dezena de livros, entre eles
O Homem que inventou a ditadura no Brasil, A Comédia Humana, Brasil Inconcluso e A Serpente e o Dragão. Na obra Palmares: a Guerra dos Escravos, ele comprovou a existência do herói negro, Zumbi dos Palmares, acrescentou o senador. Na década de 40, Décio Freitas atuou como repórter político dos Diários Associados. No governo João Goulart, foi nomeado procurador-geral da Fundação Brasil Central, em Brasília, lembrou ainda Paim. Por isso, depois do golpe militar, foi obrigado a morar no Uruguai, entre 1964 e 1972. De 1982 a 1985, foi presidente do Comitê Nacional de Anistia, em Brasília. Até o final de sua vida, colaborou com artigos no jornal Zero Hora Dominical. Em seu último artigo, intitulado "Esqueletos no armário", sobre as mortes de Juscelino, Goulart e Carlos Lacerda - que considerou "mal explicadas" - concluiu dizendo que "o poder costuma trancar seus esqueletos em armários, à prova de inquirições históricas".
Para Paim, um bom escritor como Décio nunca morrerá, permanecendo entre os vivos pela força de suas idéias e pensamentos.
09/03/2004
Agência Senado
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