Senado aprova voto de pesar por Raúl Alfonsín
O Senado aprovou, nesta quarta-feira (1º), requerimento de pesar pela morte do ex-presidente da Argentina Raúl Alfonsín. O autor do requerimento, senador José Nery (PSOL-PA), afirmou que o ex-presidente foi um símbolo do retorno dos países da América do Sul à democracia e da luta pelos direitos humanos, após o ciclo de ditaduras instauradas na região.
Alfonsín morreu na terça-feira (31), aos 82 anos, em sua casa em Buenos Aires, vítima de câncer no pulmão.
Nery destacou a luta e a trajetória de Alfonsín, que puniu exemplarmente os chefes das juntas militares responsáveis pela instauração, naquele país, de um regime que levou a perseguições, torturas, desaparecimentos e morte de milhares de cidadãos. Ele manifestou sua solidariedade à família de Alfonsín e ao povo e ao governo argentinos.
O ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Heráclito Fortes (DEM-PI) associou-se ao voto de pesar, e classificou Alfonsín como um "extraordinário político", que atuou em nome da estabilidade e da democracia no continente e reaproximou Brasil e Argentina. Heráclito lembrou ainda que o ex-presidente, ao lado do presidente do Senado, José Sarney, presidente do Brasil à época, foram responsáveis pela criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
O 3º Secretário do Senado, Mão Santa (PMDB-PI), destacou que Alfonsín é tido como "o pai da democracia" em seu país. O senador João Pedro (PT-AM) lamentou a perda de "um grande democrata da América Latina". Já Alvaro Dias (PSDB-PR) registrou ter convivido com o ex-presidente quando foi governador do Paraná, um político humilde, preparado e que valorizou o debate para o fortalecimento das relações entre os países latino-americanos com sua simplicidade e profundo conhecimento.
Também se associaram ao requerimento o 1º vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO) e o senador Paulo Paim (PT-RS). O presidente José Sarney está na Argentina para participar do sepultamento.
01/04/2009
Agência Senado
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