Senado comemora centenário de Alberto Pasqualini



O Senado comemora nesta terça-feira (dia 25), na hora do expediente, o centenário do nascimento de Alberto Pasqualini. No mesmo dia, às 14h30, no Salão Negro do Senado, será lançado o livro Pasqualini - Textos Escolhidos . A iniciativa dos dois eventos foi do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que encabeçou o requerimento solicitando a homenagem e assumiu a edição do livro. Simon também foi responsável pela publicação dos quatro volumes da obra completa do político gaúcho que integrou o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) a partir de 1946, e tornou-se um de seus principais ideólogos.

Nascido em 23 de setembro de 1901 no Rio Grande do Sul, o filho de imigrantes italianos Alberto Pasqualini formou-se em Direito em 1929, às vésperas da Revolução de 1930. Após o apoio decidido à empreitada que levou Getúlio Vargas ao poder nacional, Pasqualini ingressou na política como vereador e, em 1943, assumiu a Secretaria do Interior e Justiça do governo estadual na interventoria de Ernesto Dornelles.

Em 1945, Pasqualini desincompatibilizou-se com a ditadura do Estado Novo varguista e fundou a União Social Brasileira (USB), que se fundiria nesse mesmo ano com o PTB gaúcho, partido pelo qual se elegeu senador em 1950. Concorreu duas vezes ao governo do Rio Grande do Sul - em 1947 e 1954 -, em ambas derrotado por ampla coalizão conservadora. Faleceu em 3 de junho de 1960.

Foi pelos escritos em torno do trabalhismo como partido e programa social de poder, e dos princípios que deveriam orientar a atividade política - em oposição à fragilidade da organização partidária brasileira que ele então constatava - que Pasqualini veio a se notabilizar. Segundo os estudiosos do assunto, isso explica por que o centro de estudos e formação do atual Partido Democrático Trabalhista (PDT), que detinha e perdeu a sigla do antigo PTB, é denominado Fundação Alberto Pasqualini de Estudos Políticos.

De formação cristã, Pasqualini concebia o trabalho como principal valor humano, fundamento da vida social e critério de justiça. Crítico de um capitalismo como forma de exploração do trabalho de muitos por poucos e crítico da socialização dos meios de produção, Pasqualini professava um capitalismo reformado - um capitalismo solidarista, com socialização parcial dos lucros.

O PTB, como partido, seria a instituição que promoveria as reformas sociais e políticas que conduziriam ao solidarismo, incluindo entre elas uma reforma da própria atividade política. "Existe hoje, por assim dizer, uma situação conflitual entre política social, como ciência e arte, e a pseudopolítica social, que é um expediente demagógico para enganar, para iludir a opinião pública, em proveito de pessoas ou de grupos", afirmou Pasqualini em discurso de fevereiro de 1953.

A prioridade na solução dos problemas sociais, por sua vez, não deveria levar o trabalhismo a descurar das questões de Estado e do crescimento econômico. No seu pensamento, "é imprescindível a intervenção do Estado na esfera econômica, quer para corrigir suas anomalias, quer para suprir as deficiências da iniciativa privada". Foi esse o preceito que orientou seu trabalho como relator do projeto de lei que criou a Petrobrás.

24/09/2001

Agência Senado


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