Senado homenageia Alberto Pasqualini no centenário de seu nascimento



O Senado prestou uma homenagem, nesta terça-feira (dia 25), ao político e advogado gaúcho Alberto Pasqualini, no centenário de seu nascimento. Presentes à solenidade, amigos e familiares do homenageado, além de deputados e autoridades governamentais. O autor do requerimento da homenagem, senador Pedro Simon (PMDB-RS) lançou, também, no Salão Nobre do Senado, o livro Alberto Pasqualini - Textos Escolhidos , com artigos e discursos do ex-senador, falecido em 1960.Ao discursar na hora do expediente, dedicada à homenagem, Simon enalteceu as qualidades morais do homenageado, sua posição de maior ideólogo do trabalhismo brasileiro e fundador de uma doutrina política econômica e social que antecipou a chamada terceira via, aplicada atualmente pelos trabalhistas britânicos.

Simon citou os fatos mais marcantes da biografia do ex-senador, analisou suas posições sobre os temas dominantes de seu tempo, em especial a pobreza, a importância da defesa do trabalhador, a desigualdade social, a urgência da reforma agrária e a necessidade de um Estado eficiente e confiável para inspirar cidadania.

- Pasqualini escreveu, em 1944, que o analfabetismo, a falta de ocupação e a miséria poderiam criar uma situação de insegurança que evoluiria para uma criminalidade irreprimível. Até parece que ele estava antevendo a explosão de violência que ocorre hoje nas grandes e médias cidades do Brasil - observou Simon.

Simon disse que ao estudar, a fundo, os escritos e pronunciamentos de Pasqualini, um fato lhe chamou atenção: ele não se refere à corrupção.

- Isso seria impensável nos dias de hoje, para qualquer homem público que quisesse avaliar a vida brasileira, pois a corrupção ocupa o centro de qualquer conversa política - disse Simon, inferindo ser esse problema uma faceta nova e abominável da vida pública do Brasil.

O senador frisou que o país precisa deixar de ser a pátria da impunidade, começando a mandar corruptos e corruptores para a cadeia. "Digo e repito que quem sonega imposto tem que ser punido", afirmou, manifestando sua certeza de que Pasqualini concordaria com ele em relação à necessidade urgente de se mudar a legislação e adotar atitudes concretas para eliminar a impunidade.

Simon disse que, com a homenagem em Plenário e a publicação da obra de Pasqualini, pretendeu dar ao povo brasileiro a memória de uma lição de cidadania, de civilidade e de amor ao Brasil, que ele, Simon, teve a honra e o privilégio de ter recebido do próprio Alberto Pasqualini.

25/09/2001

Agência Senado


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