Senado faz lançamento de livro com depoimento de Renato Archer sobre energia nuclear
Em solenidade na Biblioteca do Senado, foi lançado nesta quarta-feira (20) o livro Renato Archer: Energia Atômica, Soberania e Desenvolvimento. Nesta data completam-se 11 anos de sua morte. O livro reúne uma série de entrevistas feitas com o primeiro titular do Ministério da Ciência e Tecnologia, no governo José Sarney, nas quais o então ministro deu seu testemunho sobre a história da política de ciência e tecnologia no Brasil, com destaque para os desafios inerentes à busca da autonomia tecnológica. O livro foi elaborado a quatro mãos pelo historiador João Carlos Vitor Garcia e pelo jornalista Álvaro Rocha Filho.
Falecido em 1996, quatro anos após o desaparecimento dos amigos e correligionários Severo Gomes e Ulysses Guimarães em acidente aéreo, o maranhense Renato Archer não era um cientista ou engenheiro de profissão, mas mesmo assim tornou-se referência no debate científico nacional como defensor do programa nuclear brasileiro, com participação ativa nos principais eventos relacionados à política científica e tecnológica realizados entre as décadas de 50 a 90.
Segundo o autor Rocha Filho, o relato de Archer mostra como a institucionalização da política de ciência e tecnologia no Brasil tem sua gênese na implantação de uma política nuclear do então presidente Getúlio Vargas, definida como instrumento de desenvolvimento econômico, científico e de soberania. Rocha Filho disse que o livro é um retrato da trajetória acidentada da questão nuclear no Brasil e dá uma exata medida das oportunidades históricas desperdiçadas desde o fim da 2ª Guerra Mundial.
- Renato Archer defendeu a tese factual de que a institucionalização da política de ciência e tecnologia é uma decorrência direta da política de energia nuclear de Getúlio Vargas. Com a sinalização atual, ainda tímida, para a retomada do programa atômico, achamos que se trata de um momento oportuno para lançar este livro - afirmou.
O senador José Sarney (PMDB-AP), presente ao evento, assinalou o "grande espírito público e o grande patriotismo" de Archer quando implantou o Ministério da Ciência e Tecnologia. Sarney destacou a competência do ex-ministro e sua importante contribuição ao avanço da ciência no Brasil. Sarney destacou a competência do ex-ministro e sua importante contribuição ao avanço da ciência no Brasil. Ele também lembrou que, no seu governo, as bolsas de estudo para brasileiros em centros de excelência no exterior, saltaram de 9 mil para 97 mil em cinco anos, graças ao trabalho desenvolvido por Archer.
- Eu sempre reconheci no deputado Renato Archer, no militar Renato Archer, no ministro Renato Archer, um grande brasileiro, um grande patriota a serviço do Brasil - concluiu.
Estiveram presentes além de Sarney os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ) e Heráclito Fortes (DEM-PI); os deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Mauro Benevides (PMDB-CE) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP); a esposa de Archer, Maria da Glória Archer, que doou o acervo bibliográfico do marido para a Biblioteca do Senado, e os irmãos Ruy e Ronaldo Archer.20/06/2007
Agência Senado
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