Senado homenageia Josué de Castro



A requerimento dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Cristovam Buarque (PDT-DF), o Senado realizou, nesta quinta-feira (7), sessão especial para reverenciar a memória do geógrafo, médico e político Josué de Castro, pelo transcurso do centenário de seu nascimento. Oito senadores discursaram durante a homenagem.

Ao abrir a sessão, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, chamou para comporem a Mesa o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, o prefeito de Recife, João Paulo Lima e Silva, a presidente do Centro Josué de Castro, Teresa Sales, a filha do homenageado, socióloga Anna Maria Castro, e os senadores Jarbas Vasconcelos e Cristovam Buarque.

Josué de Castro fez da luta contra a fome sua maior bandeira e publicou, aos 38 anos de idade, sua obra de maior repercussão nacional e internacional, Geografia da Fome, editada em 1946 e traduzida para mais de 25 idiomas. O livro é, até os dias de hoje, referência sobre o assunto, tendo recebido o prêmio "José Veríssimo" da Academia Brasileira de Letras.

Na obra, Josué de Castro realizou o mapeamento do Brasil a partir de suas características alimentares, demonstrando uma situação clara de desnutrição, sofrimento e miséria no país, que ele atribuiu a sistemas econômicos e sociais que deveriam colocados em benefício da população, mas que são desviados para outras finalidades.

Josué de Castro escreveu, ainda, outras obras de grande êxito editorial, entre elas Condições de Vida das Classes Operárias do Recife (1932); O Problema Fisiológico da Alimentação no Brasil (1932); A Questão do Salário Mínimo (1935); Alimentação e Raça (1935); A Alimentação Brasileira à luz da Geografia Humana (1937); Documentário do Nordeste (1939); Geografia Humana: Estudo da Paisagem Cultural do Mundo (1939); Ensaios de Geografia Humana (1939); e O Livro Negro da Fome (1960).

O geógrafo exerceu cargos públicos no Brasil e no exterior, notadamente a presidência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e foideputado federal pelo PTB de Pernambuco.

Em 1964, aos 56 anos, Josué de Castro exercia o cargo de embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra quando foi cassado pelo regime militar e teve seus direitos políticos suspensos. Mais de 14 países lhe ofereceram asilo político. Ele escolheu a França para morar até a sua morte, ocorrida no dia 24 de setembro de 1973.

Durante o período em que morou na França, criou o Centro Internacional de Desenvolvimento e lecionou Geografia Humana na Universidade de Paris. Também exerceu o cargo de presidente da Associação Médica Internacional para o Estudo e Condições de Vida e Saúde. Ele formou-se em Medicina, em Recife, e tinha especialização na Universidade de Columbia e no Medical Center, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.



07/08/2008

Agência Senado


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