Senado homenageia Maçonaria em sessão especial



O Senado vai realizar sessão plenária especial nesta quarta-feira (20), às 11h, para homenagear a Maçonaria Brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom, celebrado em 20 de agosto. O requerimento solicitando a realização da sessão é encabeçado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e também assinado pelos senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Alvaro Dias (PSDB-PR), Efraim Morais (DEM-PB), Gim Argello (PTB-DF), Leomar Quintanilha (PMDB-TO), Augusto Botelho (PT-RR) e Mão Santa (PMDB-PI).

Segundo Mozarildo, que é maçom e descende de uma família de maçons, há cerca de cinco mil lojas maçônicas no Brasil que se dedicam à realização de obras sociais, como campanhas de vacinação. Essas lojas também praticam obras de cunho filantrópico, entre as quais a arrecadação e distribuição de alimentos e vestuário, além da manutenção de creches, escolas, centros de apoio a idosos e programas de combate às drogas.

Em homenagens feitas à Maçonaria pelo Senado em 2005 e 2007, Mozarildo disse, em pronunciamentos, que a missão dessa organização tem sido, ao longo dos séculos, a de colaborar para o progresso moral, intelectual, científico e tecnológico da Humanidade.

- Sucessivas gerações de maçons travaram, com muita galhardia, o bom combate em defesa dos direitos humanos, da libertação dos povos, contra a opressão e a tirania, em prol das artes e das ciências. Toda essa luta, evidentemente, não está esgotada. Ela se projeta no século que está iniciando agora - disse o senador.

A Maçonaria é uma instituição que se apresenta como caritativa, não é contra nenhuma religião e reconhece Deus como ser supremo, o grande arquiteto do universo. Sua origem data de 1175, quando pedreiros ingleses, no intuito de guardarem em segredo a forma das construções góticas que tomava conta da Inglaterra, se organizaram sob a proteção de São João Batista. Em 1713, teve início a moderna Maçonaria em Londres, que tinha como finalidade espalhar o Deísmo, os preceitos naturais e unir os homens sem distinção religiosa.

De acordo com historiadores, com a aceitação de ateus na sociedade pelo Grande Oriente de França, ocorreu o grande cisma da Maçonaria, nascendo então as duas primeiras grandes potências maçônicas no mundo: a francesa e a inglesa, sendo a primeira teísta e apolítica e a segunda política e que admitia ateus.

No Brasil, o início da maçonaria deu-se com o Grande Oriente do Brasil (GOB), reconhecido pelo Grande Oriente de França. O GOB era, então, a única obediência maçônica brasileira, mas, posteriormente, distanciou-se do Grande Oriente de França e foi para a Grande Loja Unida da Inglaterra. A partir dessa época, a maçonaria brasileira teve seu próprio desenvolvimento, surgindo dissidências dentro do próprio GOB.

O senador relatou que o dia 20 de agosto foi o momento da fundação do GOB, por fusão das lojas Esperança, Comércio e Artes, União e Tranqüilidade, em 1822. Seu primeiro grão-mestre foi o patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva. Além de lutar pela independência do país, a ordem maçônica defendeu a abolição da escravatura e a proclamação da República.

Mozarildo contou também que os grãos-mestres da Maçonaria já lançaram manifesto à Nação, denominado Carta de Brasília, na qual analisaram os problemas nacionais e alertaram para questões da Amazônia e o risco de internacionalização da região. Para o senador, a Maçonaria adapta-se aos novos tempos, interagindo, cada vez mais, com a sociedade, e continua sendo um exemplo para os brasileiros "pelo trabalho sério e honesto que desenvolve, contribuindo para que o país seja, realmente, democrático, fraterno e igualitário".



15/08/2008

Agência Senado


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