Senado homenageia memória de Antônio de Salvo em sessão especial



Por requerimento do senador Marconi Perillo (PSDB-GO), o Senado homenageou nesta terça-feira (7), em sessão especial, a memória do engenheiro agrônomo Antônio Ernesto Werna de Salvo, que ocupava a Presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) quando faleceu, em 29 de julho.

Presentes à sessão, estavam o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi; o vice- presidente da CNA, Pio Guerra, bem como seu superintendente-geral, Geraldo Melo Filho; os presidentes da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, Leonardo Vilela, edas Federações de Agricultura do Acre, Ceará e Distrito Federal, além de familiares do homenageado.

Marconi Perillo afirmou que os 17 anos de Antônio de Salvo à frente da CNA permanecerão, para sempre, como marco referencial da organização. Foi durante esse tempo, lembrou o senador, que foram materializadas muitas das reivindicações dos pecuaristas e dos agricultores brasileiros, hoje responsáveis por 33% do nosso Produto Interno Bruto (PIB).

- Sob sua liderança, eles pararam Brasília, com suas manifestações que deram voz ao setor. Antônio de Salvo conseguiu abrir as portas do poder político para esses ruralistas, reivindicando tratamento justo para eles, e lembrando que o setor depende de pesquisa e financiamento, temas que o atual governo vem desprezando - disse.

Segundo Perillo, Antônio de Salvo era um homem de grandes idéias, que "não se escondia nas sombras cinzentas da mediocridade". Ele lutou grandes batalhas, vencendo algumas e perdendo outras, mas sem nunca abdicar da grandeza e da audácia, observou o parlamentar.

O senador Jonas Pinheiro (DEM-MT), ao fazer seu pronunciamento na sessão especial, afirmou que, durante os cinco mandatos como presidente da CNA, Antônio Ernesto de Salvo esteve sempre presente e atuante em todas as frentes da luta do homem do campo pelo seu espaço. O parlamentar ressaltou, ainda, o grande apoio que o engenheiro prestou à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cujo Conselho Nacional de Pesquisa nunca deixou de integrar.

- Não houve causa do setor agropecuário no Brasil nesses últimos 20 anos em que ele não estivesse presente e atuante. Nossa melhor homenagem é continuar sua ação - afirmou.

Agronegócio

Durante a homenagem, ainda, o senador Osmar Dias (PDT- PR) lembrou que, quando Antônio de Salvo assumiu a presidência da CNA em 1990, o Brasil produzia apenas 60 milhões de toneladas de grãos. Hoje, disse, são 150 milhões, graças às novas fronteiras agrícolas que foram abertas, à persistência de líderes rurais como ele e ao trabalho pioneiro da Embrapa.

Osmar Dias conclamou todos os brasileiros a retomarem a luta pelo reconhecimento da relevância do setor agropecuário que, nesses últimos anos, está voltando a ser considerado um peso para o país em vez de ser reconhecido como alavanca do desenvolvimento, destacou.

Segundo Osmar Dias, o agronegócio não é representado apenas pelo grande produtor, mas inclui a agricultura familiar e os pequenos agricultores que precisam, todos, serem contemplados nessa ação de valorização do homem do campo. O respeito ao produtor rural, observou o senador, não pode aceitar divisão de classes entre grandes e pequeno.

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) lembrou frase de Antônio de Salvo em que ele destacara que nenhum país entrará para o primeiro mundo sem a equiparação entre o setor rural e o urbano. Defender esse conceito, disse a parlamentar, representa lutar por um país digno para nossos filhos, com um Estado que zele de verdade pela educação e saúde da população.

Para a senadora, o Brasil está fadado a ser grande potência econômica. No entanto, lamentou que a política agrícola aprovada no Congresso, embora consistente, não seja colocada em prática nos estados essencialmente agrícolas, como Tocantins, Goiás e Mato Grosso.

Kátia Abreu lembrou que, em países que reconhecem a importância do setor, como os que integram a União Européia, os Estados Unidos e o Canadá, a agricultura recebe US$ 1 bilhão/dia em subsídios.

- No Brasil, não podemos ter subsídios desse porte, mas podemos reivindicar respeito, porque representamos um terço do PIB, um terço da mão-de-obra, bem como um terço das exportações brasileiras. Queremos maior investimento em pesquisa e tecnologia, que hoje representa menos de 1% do PIB - protestou.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), ao se pronunciar na sessão especial, disse que o fato de não ser do setor agropecuário não impede que reconheça a importância desse setor para o desenvolvimento econômico do país, para a geração de empregos e renda.

Disse que, ao ouvir o então presidente da CNA, Antônio de Salvo, durante interminável discussão a respeito da reforma tributária, percebeu que ele tinha visão global do problema, sem se limitar às visões setoriais desse ou daquele grupo.

Arthur Virgílio louvou o espírito público e o valor daquele homem do campo que conseguia entender, também, o ponto de vista urbano. Para o senador, o Brasil perdeu um grande homem público, que sabia enfrentar dificuldades.

O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), ao falar em nome do Nordeste, disse que uma parte dessa região - o setor pobre e sacrificado do semi-árido - sempre recebeu do presidente da CNA a sensibilidade e compreensão para seus problemas.

- Ele sabia fazer justiça ao Nordeste, porque era um homem que defendia o direito de todos - destacou. 



07/08/2007

Agência Senado


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