Senado lamenta massacre no Rio e promete mais leis contra violência
Matéria atualizada às 18h04
Além de manifestações de senadores chocados com o assassinato de 11 crianças no Rio de Janeiro, ocorrido na manhã desta quinta-feira (7), o Senado reagiu ao massacre com promessas de novas leis para coibir a violência. As principais manifestações partiram do presidente da Casa, José Sarney; dos senadores pelo Rio Marcelo Crivella (PRB), Francisco Dornelles (PP) e Lindbergh Farias (PT); dos integrantes da Comissão de Relações Exteriores (CRE); e do presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Um esforço para votar projetos contra a violência foi anunciado nesta quinta pelo presidente da CCJ. Em entrevista, Eunício Oliveira afirmou que, na quarta-feira (6), já havia determinado à secretaria da CCJ um levantamento dos projetos que tratam de segurança pública, que considera a maior preocupação dos brasileiros.
Referindo-se à tragédia na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (RJ), em que o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira fez vários disparos contra mais de 30 alunos, matando mais de uma dezena, Eunício Oliveira disse que a segurança nas escolas deve ser hoje uma preocupação nacional. Segundo Eunício, diariamente morrem crianças vítimas da violência nas escolas, o que exige das autoridades medidas preventivas.
- Nossos jovens estão expostos a todo tipo de violência, e não podemos assistir passivamente a essa onda criminosa. Os traficantes estão viciando e matando os jovens nas imediações das escolas e isso é intolerável - acrescentou.
Ao lamentar o massacre, o senador Lindbergh Farias afirmou que o momento é de mobilização social e de repensar os valores da sociedade.
- Não falo como senador. Falo como brasileiro que conhece aquele povo. Ninguém sabe o que se passa na cabeça de uma pessoa como essa quando resolve assassinar crianças. O povo do Rio, em especial os pais daquelas crianças, não merece isso! - afirmou o parlamentar.
O senador Francisco Dornelles disse que estava chocado com o ocorrido e que se sentia "como os pais das crianças", que enviaram seus filhos para estudar e que jamais esperavam por uma tragédia como a ocorrida nesta manhã. Conforme o parlamentar, o momento é de solidariedade e apoio às famílias das vítimas.
Em discurso, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse que está com o "coração estraçalhado de tristeza". Foi dele o requerimento para que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovasse voto de pesar às famílias das vítimas do atentado. O voto é extensivo à Escola Municipal Tasso da Silveira.
Restrição às armas
Logo que chegou ao Senado, Sarney classificou como "atentado terrorista" o ataque à escola em Realengo.
- Não pode passar pela nossa cabeça que isso ocorra nas nossas escolas. De certo modo, é um ato de terrorismo - disse Sarney.
Para o senador, o governo deve, a partir desse episódio, passar a dar mais atenção à questão da segurança nas escolas brasileiras. Sarney disse também que a tragédia pode trazer de volta, à sociedade e ao Congresso Nacional, a discussão sobre a proibição de venda de armas de fogo.
- Eu digo não às armas. Não podemos aceitar a venda livre de armas no Brasil - afirmou.
Ao longo de discursos sobre outros temas também se manifestaram os senadores Paulo Davim (PV-RN), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Acir Gurgacz (PDT-RO), Martha Suplicy (PT-SP), Ana Amélia (PP-RS) e Walter Pinheiro (PT-BA).
07/04/2011
Agência Senado
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