Senado lança livro que conta história das bandeiras do país



No dia 19 de novembro de 1908, a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Câmara dos Deputados rejeitou projeto daquele mesmo ano, de autoria do deputado Venceslau Escobar, que suprimia da bandeira brasileira a zona branca com a legenda "Ordem e Progresso". A decisão de encaminhar para o arquivo do Congresso Nacional essa proposição fez com que a data de 19 de novembro passasse a ser comemorada como o Dia da Bandeira. Essa é uma das histórias que o pesquisador Derly Halfeld Alves conta em Bandeiras Nacional, Históricas e Estaduais, o mais recente lançamento do Conselho Editorial do Senado Federal.

Oficial reformado do Exército brasileiro, membro da Academia Maçônica de Letras de Juiz de Fora (MG), professor e pesquisador, Derly Alves vasculhou bibliotecas, correspondeu-se com funcionários e autoridades dos mais diversos escalões da administração pública das 27 unidades da federação do país e recolheu informações das mais variadas fontes para concluir o seu livro. Ele também analisou cerca de 200 bandeiras de vários países do mundo para concluir sua obra.

O livro traz a síntese da história de cada estado brasileiro, transcreve seu hino e publica a legislação que oficializou sua bandeira. Quando considerou pertinente, o autor tratou de aspectos políticos nos quais as bandeiras estaduais destacaram-se não só como símbolo de lutas, mas também servindo como marco na história político-administrativa do país. Os antecedentes da publicação remontam do ano de 1993, quando Derly Alves presidiu a Loja Maçônica Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas.

O então presidente Derly Alves constituiu e comandou um grupo de trabalho que tinha como objetivo principal esclarecer a dúvida existente quanto ao segundo verso do estribilho do Hino à Bandeira, cujo poema é de Olavo Bilac. Havia divergências no teor da letra em publicações e gravações. Depois de mais de um ano de pesquisas junto a órgãos oficiais, foi formado um processo e remetido ao Ministério da Educação. Até hoje o caso não foi solucionado.

Juvenil ou varonil? Essa controvérsia perdura até os dias atuais. Há versões com as duas expressões. O "Hino à Bandeira" é aquele cujos versos iniciais são: "Salve, lindo pendão da esperança! / Salve, símbolo augusto da paz! / Tua nobre presença à lembrança / A grandeza da Pátria nos traz". A dúvida está no trecho: "Recebe o afeto em que se encerra / Em nosso peito juvenil (varonil)".

Derly conta que depois de reunir mais de 50 documentos a dúvida começou a ser esclarecida quando a Academia Brasileira de Letras cedeu cópia do original do hino, publicado no boletim da Intendência Municipal da Prefeitura do Rio de Janeiro, em 1906. No transcurso do trabalho, ficou comprovado que o Hino à Bandeira não foi oficializado, a não ser através desse documento que o tornou canto obrigatório nas escolas municipais fluminenses e em regulamento das Forças Armadas.

O trabalho concluiu que o termo original é "juvenil". A expressão "varonil" somente começou a ser utilizada a partir de 1939, provavelmente pela Força Expedicionária Brasileira (FEB). A explicação seria que a palavra "varonil" seria mais apropriada para ser cantada pelos soldados.

Esse é o segundo livro de Derly Alves. O primeiro foi Peças de Arquitetura, publicado pela Editora Maçônica A Trolha, de Londrina.



21/03/2011

Agência Senado


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