Senado lembra bicentenário de Louis Braille



Senadores iniciam a sessão plenária desta terça-feira (15) com homenagem ao bicentenário de nascimento de Louis Braille, inventor do sistema braile de leitura para portadores de deficiência visual. A homenagem é realizada por solicitação dos senadores Flávio Arns (PT-PR), Augusto Botelho (PT-RR), Cristovam Buarque (PDT-DF), Eduardo Azeredo (PSDB-MG); Gim Argello (PTB-DF), Papaléo Paes (PSDB-AP), Paulo Paim (PT-RS), Roberto Cavalcanti (PRB-PB), Romeu Tuma (PTB-SP) e Sérgio Zambiasi (PTB-RS).

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Segundo o requerimento dos senadores, o evento faz parte da programação da 5ª Semana do Senado Federal de Acessibilidade e Valorização da Pessoa com Deficiência, que ocorre este mês. Por recomendação da União Mundial de Cegos (UMC), da Organização das Nações Unidas (ONU) para assuntos relacionados à falta de visão, o bicentenário de Louis Braille será comemorado em 159 países em 2009.

Cego aos três anos de idade devido a um acidente doméstico, Louis Braille empregou sua inteligência no desenvolvimento de um código de comunicação universal, perceptível ao tato, que tornou possível ao cego o acesso à leitura e à escrita. O sistema braile é utilizado mundialmente como instrumento de leitura e alfabetização de cegos, tendo sido implantado no Brasil em 1850.

Os senadores informam que o país foi o primeiro a utilizar esse método na América Latina, e tem, atualmente, o maior parque de impressão em Braille do continente.

"O braile é uma ferramenta que garante que as pessoas cegas e com baixa visão tenham acesso à igualdade e à liberdade universais, com a convicção de que podem participar ativamente no futuro vibrante do mundo, em todos os seus contextos", afirmam os senadores que assinaram o requerimento.

Biografia

Louis Braille nasceu em 4 de Janeiro de 1809 em Coupvray, na França. Seu pai, Simon-René Braille, era fabricante de arreios e selas. Aos três anos, ao brincar na oficina do pai, o menino feriu-se no olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda. A infecção que se seguiu ao ferimento alastrou-se pelo olho direito, provocando cegueira total.

Apesar dessa limitação, Braille estudou na escola local e tornou-se organista e violoncelista. Com uma bolsa de estudos, conseguiu ingressar no Instituto Nacional para Jovens Cegos, em 1819, em Paris, tornando-se professor da instituição aos 18 anos de idade.

Em 1829, publicou seu novo método de escrita e leitura que o tornou mundialmente famoso . Suas investigações basearam-se no sistema haüy, que permitia somente a leitura por meio das letras em relevo. Braille seguiu em frente e aperfeiçoou outro sistema de escrita inventado pelo capitão Charles Barbier de La Serre, baseado em pontos em relevo, agrupados de 12 em 12 e formando 36 combinações.

A partir desse sistema, Braille reduziu para seis os pontos de cada grupo e conseguiu 63 combinações, formando seu próprio sistema de leitura e escrita. O sistema braille é um alfabeto convencional cujos caracteres são indicados por pontos em relevo e que o cego distingue por meio do tato, lendo da esquerda para a direita, com uma ou ambas as mãos. Com os seis pontos salientes, é possível fazer 63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas, pontuações e algarismos. Em 1837, foi publicada uma nova versão desse sistema, onde foram incluídos caracteres para notas musicais e sinais algébricos.

Vários idiomas usam uma forma abreviada de braile, na qual certas células são usadas no lugar de combinações de letras ou de palavras frequentemente usadas. Louis Braille morreu de tuberculose, em 1852, ano em que seu método foi oficialmente adotado na Europa e na América.



15/12/2009

Agência Senado


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