Senado presta homenagem ao Líbano



A presença libanesa no Brasil e a luta pela reconstrução do Líbano foram destacados nesta quinta-feira (21) durante a sessão solene do Senado comemorativa aos 59 anos da independência da República do Líbano. Compareceram à solenidade, presidida pelo senador Ramez Tebet, o embaixador do Líbano no Brasil, Ishaya El-Khoury, e sua esposa Aida, além de outros embaixadores e autoridades eclesiásticas.

O orador da sessão foi o senador Lindberg Cury (PFL-DF), que começou seu discurso com a frase -É preferível ser o último dos homens, mas com sonhos e o desejo de realizá-los, do que ser o primeiro, porém sem sonhos e nem desejos-, do poeta libanês Gibran Kalil Gibran. Em seguida, falou da chegada dos primeiros libaneses ao Brasil, há cerca de 200 anos, e observou que o Brasil tem a maior colônia de libaneses e descendentes de todo o planeta: mais de sete milhões, número maior do que a população do Líbano, hoje em torno de 3,5 milhões de habitantes.

O senador referiu-se à história do Líbano, lembrando que ela remonta há vários séculos, a partir dos fenícios, três mil anos antes de Cristo, citando os anos de luta, ocupação e domínio da região por outros povos, principalmente os turcos, até chegar a 1943, quando foi declarada a independência do país. Lindberg registrou ainda que o Líbano hoje é uma república parlamentarista e que, apesar de sua independência, é um país ocupado por forças não-libanesas. -As liberdades, das quais sempre foi grande defensor, vêm-lhe sendo subtraídas progressivamente-, observou.

Ainda segundo Lindberg, -a trágica evolução dos acontecimentos no Oriente Médio reflete, em grande medida, a crise moral de um tempo marcado pelo aumento das desigualdades, pelo retorno da intolerância, pelo afloramento de concepções extremistas e pelo constante estado de beligerância-. Tudo isso, acrescentou, afeta de forma especial o Líbano, cujo povo -permanece oprimido pelos interesses de países que não compartilham sua história ou seus valores-.

Lindberg citou os senadores descendentes, como ele, de libaneses - Tebet, Pedro Simon (PMDB-RS), Maguito Vilela (PMDB-GO) e Paulo Souto (PFL-BA). Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) observou que, apesar de o Líbano ser anterior aos grandes acontecimentos da história e da humanidade, só há poucos anos conquistou a sua independência. Por sua vez, Simon destacou o -milagre fantástico da reconstrução- do Líbano e disse sonhar com um país onde haja liberdade.

O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) afirmou que os libaneses não indicam caminhos nem mostram soluções que não sejam os da paz, e o senador Francelino Pereira (PFL-MG) comentou que sua esposa, Latif, é descendente de libaneses, destacando o papel que ela teve na família.

Último senador a apartear Lindberg, Olivir Gabardo (PSDB-PR) disse que o povo libanês, apesar de todo o sofrimento, tem tido a grandeza de demonstrar um espírito aberto, leal e que propugna pela paz. O senador Romeu Tuma (PFL-SP), um dos que requereram a sessão solene, não compareceu à homenagem porque está fora de Brasília, presidindo reuniões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do roubo de cargas.




21/11/2002

Agência Senado


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