Senado promove seminário sobre desafios para as bibliotecas no pós-internet



Com o tema "Cenários para a sobrevivência das bibliotecas", a Biblioteca do Senado Federal promoveu um seminário que contou com a participação do diretor da Online Computer Library Center (OCLC) na América Latina e Caribe, Nicholas Cop, que falou sobre os desafios que surgiram após a internet, tanto para os bibliotecários quanto para os usuários, a descentralização da informação e os novos instrumentos disponíveis.

O seminário foi transmitido pelo sistema de videoconferência do Interlegis para várias assembléias legislativas em todo o país. A abertura do evento foi feita pelo diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, pelo diretor adjunto do Interlegis, Eraldo de Paiva Muniz, pelo professor da Universidade de Brasília (UnB), Murilo Bastos da Cunha, e pela diretora da Biblioteca do Senado, Simone Bastos Vieira.

Agaciel lembrou que a filiação da Biblioteca do Senado à OCLC é parte do programa de modernização da Casa, conforme determinação do presidente José Sarney, e contribuirá para o acesso amplo a informações fornecidas pela entidade e para a redução dos custos com aquisição de periódicos internacionais, que estarão disponíveis na página do Senado. A OCLC integra o acervo de 80 mil bibliotecas em 84 países, tornando acessíveis pela internet 58 milhões de documentos e 9 milhões de artigos.

Nicholas Cop explicou que, após extensa pesquisa em 29 países, escolhidos por abrigarem 60% da população do mundo e 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, a OCLC elaborou um relatório para o seu conselho de diretores, para ser utilizado no planejamento estratégico da entidade, mas o conselho avaliou tão positivamente o documento que resolveu publicá-lo e distribuí-lo para os bibliotecários. O relatório expõe a situação das bibliotecas na era da internet e o "desafio de atender usuários que não têm tempo nem paciência para ir a bibliotecas".

Segundo Nicholas Cop, as bibliotecas precisam se adequar para enfrentar a concorrência das ferramentas de busca na internet, como Google e Yahoo, pois podem fornecer informação mais consistente. Ele revelou que o Google recebe mais consultas em um dia e meio do que todas as bibliotecas americanas em um ano.

- Os bibliotecários precisam ter consciência disso e saber como aplicar o conhecimento tradicional de forma não tradicional. Estamos na era da conectividade e é preciso chegar ao usuário onde e como ele quer. Novos serviços, sistemas de referência digital e novas estruturas de dados estão em desenvolvimento para ajudar os bibliotecários nesse desafio - assinalou.



26/10/2004

Agência Senado


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