Senado realiza sessão em homenagem a Brizola



O Senado realiza nesta quarta-feira (21), às 11h, sessão especial em homenagem a Leonel Brizola, pelo transcurso do segundo ano de seu falecimento. O requerimento é do senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

Um dos políticos brasileiros de maior destaque no século 20, Leonel de Moura Brizola nasceu no dia 22 de janeiro de 1922 no povoado de Cruzinha, município de Carazinho, Rio Grande do Sul. Contava com apenas um ano de idade quando seu pai, José Brizola, foi assassinado por uma coluna governista. Brizola e seus quatro irmãos foram então criados e alfabetizados pela mãe, dona Oniva de Moura.

A luta pela sobrevivência levou-o a exercer as mais diversas atividades: lavou pratos em troca de casa e comida, foi engraxate, vendedor de jornais e carregador de malas até conseguir um emprego numa serraria. Aos 17 anos, formou-se técnico agrícola pelo Instituto Agrícola de Viamão. Aos 18 anos, como jardineiro da prefeitura de Porto Alegre, pôde cursar um supletivo e terminar o ginásio e o colegial.

Em 1945 Brizola ingressa na Faculdade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Simpatizante de Getúlio Vargas, em agosto do mesmo ano entra para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Ainda estudante, funda, com sindicalistas, o primeiro núcleo gaúcho do PTB, percorrendo o interior do estado na realização de comícios. Em 1947 é eleito deputado estadual e participa da elaboração da Constituição gaúcha.

O padrinho do casamento é ninguém menos que Getúlio Vargas, que no dia 3 de outubro de 1950 elege-se presidente da República. No mesmo pleito, Brizola é reeleito deputado estadual. Em março de 1951, torna-se líder do PTB na Assembléia Legislativa e pouco depois se candidata à prefeitura de Porto Alegre. Perde por pouco mais de 1% dos votos.

Em 1952 é nomeado secretário de Obras do governador Ernesto Dornelles (PTB), no Rio Grande do Sul. Dois anos depois, é eleito deputado federal pelo PTB do Rio de Janeiro. Toma posse na Câmara em 1955, mas em outubro do mesmo ano sai da Casa por ter sido eleito prefeito de Porto Alegre. Sua gestão foi marcada pela construção de escolas primárias e melhoria dos transportes coletivos na cidade.

Brizola é eleito governador gaúcho em outubro de 1958, com mais de 55% dos votos. Em 1960, apóia as candidaturas do general Henrique Lott (PSD) à Presidência e de João Goulart (PTB) para vice. Lott perdeu, mas Goulart foi eleito vice de Jânio Quadros.

Com o golpe de 64, Brizola articula um movimento de resistência armada no Rio Grande do Sul, ao lado do general Ladário, mas essa é desautorizada por Jango. Brizola opta então pelo exílio no Uruguai. Diante de sua influência sobre as eleições do Rio Grande do Sul, em setembro de 1977 o governo militar brasileiro pressiona os governantes uruguaios a decretarem a expulsão de Brizola do país. Em seu segundo exílio, Brizola surpreende e obtém asilo político nos Estados Unidos, nação tida por ele como o principal adversário político da América do Sul.

Promulgada a anistia em setembro de 1979, Brizola retorna ao Brasil e dedica-se à reorganização do PTB. Manobras dos adversários o impedem de manter a sigla. Leonel Brizola cria então o Partido Democrático Trabalhista - PDT.

Em 1982, Brizola é eleito governador do Rio de Janeiro e, em 1984, lidera o grande comício da Candelária pelas "Diretas Já", que reúne um milhão de pessoas. Derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais de 1989, apóia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno. Em 1990, Brizola se reelege governador do Rio de Janeiro com o extraordinário índice de 70% dos votos no primeiro turno. Em 1994, candidata-se novamente à presidência da República e, em 1998, entra como vice na chapa de Lula. As últimas investidas de Brizola na política foram a prefeitura do Rio de Janeiro em 2000 e o Senado em 2002, ambas mal-sucedidas.

Brizola morreu em 21 de junho de 2004, no Rio de Janeiro, vítima de um enfarto.

16/06/2006

Agência Senado


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