SENADOR ALBERTO SILVA QUER BRASIL PRODUZINDO GRÃOS E NÃO CARROS



Investir em um programa envolvendo o governo e toda a sociedade, que amplie, em cinco anos, a produção agrícola brasileira das atuais 80 milhões de toneladas de grãos por ano para 250 milhões de toneladas. Essa é a sugestão que o senador Alberto Silva (PMDB-PI) tem para o Brasil deixar de ser uma nação pobre. A recuperação da agricultura nacional é um dos principais pontos que o ex-governador do Piauí defenderá no Senado.- Eu defendo essa tese até brigando. O Brasil só sairá da situação em que se encontra no dia em que tomar a decisão de se transformar em um grande produtor de grãos, em vez de ser fabricante de automóveis - comentou Alberto Silva.Na opinião do senador, os Estados Unidos têm seu desenvolvimento econômico e suas riquezas alicerçados nas 450 milhões de toneladas de grãos produzidas por ano. Alberto Silva entende que os próprios americanos consideram a agricultura mais importante do que a indústria. Ele acredita que, com o aumento da produção agrícola, o Brasil estaria resolvendo, ao mesmo tempo, os problemas da educação, saúde e previdência.Com o objetivo de ampliar a produção agrícola do país e gerar renda para os agricultores nordestinos das regiões atingidas pela seca, Alberto Silva já apresentou ao presidente Fernando Henrique Cardoso um projeto, que, se adotado, poderá, conforme afirmou, transformar o Nordeste no maior produtor de sementes de milho e feijão do mundo.O projeto sugere que, ao invés do plantio convencional, na superfície, os lavradores passem a plantar dentro de valas de profundidade de 35 centímetros. No fundo de cada uma das valas, seriam colocados 15 centímetros de um mineral abundante no Piauí, chamado vermiculita. Tratado de maneira especial, esse mineral adquire a propriedade de absorver cinco vezes o seu peso em água. - O agricultor põe a vermiculita no fundo da vala, depois cobre com adubo, terra comum e as sementes. Entre duas valas, com a terra resultante da escavação, ele faz uma espécie de quebra-molas. Quando cai uma chuva de 30 ou 40 milímetros, a água, em vez de evaporar, escorre para dentro da vala. Lá, por capilaridade, chega na vermiculita, que absorve e mantém a água por uns 40 dias, até que chova novamente - detalhou o senador pelo Piauí.Alberto Silva informou que seu projeto prevê a produção de milho e feijão para sementes, e não para consumo, porque elas oferecem um maior rendimento para os agricultores. Ele calcula que, em um hectare de terra, seguindo as orientações da Embrapa, o lavrador consiga produzir 3 mil quilos de semente de feijão por ano, que poderá ser vendida a R$ 2,00 o quilo. Tiradas todas as despesas, chega-se a um rendimento que representa 3,5 salários mínimos mensais.O projeto do senador inclui a construção de um barracão coberto de alumínio ou zinco, com calhas para que a água da chuva seja depositada em dois sacos de plástico, cada qual com capacidade para 20 mil litros. Alberto Silva tem estudos que apontam que, mesmo nos anos de seca, a quantidade de chuva que cai é suficiente para encher esses dois reservatórios e também para garantir o sucesso da produção das sementes de milho e feijão. A água do barracão serviria para o consumo da família, resolvendo o problema da escassez de água potável em alguns municípios da região.

09/02/1999

Agência Senado


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