Senadores analisam indicações para embaixadas do Brasil na Ucrânia, na Namíbia e em São Tomé e Príncipe
Em sua reunião desta quinta-feira (26), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) examinará três mensagens presidenciais indicando nomes de diplomatas para exercer o cargo de embaixador na Ucrânia, na Namíbia e em São Tomé e Príncipe. Depois de analisadas na comissão, as mensagens seguem para votação do Plenário do Senado.
A primeira mensagem indica o nome de Antonio Fernando Cruz de Mello para chefiar a embaixada brasileira em Kiev, capital da República da Ucrânia e, cumulativamente em Chisinau, capital da República da Moldávia. Este será o primeiro cargo de embaixador do diplomata, que atualmente exerce o cargo de cônsul-geral em Ciudad Del Este (Paraguai).
Em seu relatório, o Itamaraty ressalta que o comércio bilateral com a Ucrânia tem crescido bastante nos últimos anos, passando de US$ 651 milhões nos dois sentidos em 2007 para pouco mais de US$ 1 bilhão em 2008, com a persistência de pequeno déficit para o Brasil.
Entre os principais produtos da pauta de exportação brasileira, estão carnes suína, bovina e aves, bem como café, fumo, bauxita, tratores e refrigeradores. A Ucrânia exporta uréia, breu, carvão, ferro e pigmentos.
O Brasil abriga a terceira maior comunidade de ucranianos e seus descendentes fora daquele país, depois dos Estados Unidos e Canadá. Ao todo, são mais de 450 mil pessoas, vivendo principalmente no Paraná. Essa comunidade incentiva importantes iniciativas de aproximação entre os dois países, como o programa de assistência e tratamento de crianças vítimas dos efeitos radioativos do desastre de Chernobyl em hospitais paranaenses.
A segunda mensagem na pauta da CRE indica o nome do diplomata José Vicente da Silva Lessa para chefiar a embaixada do Brasil em Windhoek, capital da República da Namíbia. Este será seu primeiro cargo de embaixador; Lessa atualmente é ministro-conselheiro da embaixada brasileira em Berna, capital da Suíça.
Em seu parecer favorável à indicação, o senador João Pedro (PT-AM) enfatiza a importância das relações entre o Brasil e a Namíbia, dentro da política de aproximação da diplomacia brasileira com os países da África. Em 2003, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, visitou Windhoek, quando foram assinados nove tratados bilaterais. No ano seguinte, o então presidente da Namíbia, Sam Nujoma, esteve no Brasil.
Segundo o relatório de João Pedro, há crescente interesse bilateral no fortalecimento das relações nas áreas de agricultura, desenvolvimento urbano e, sobretudo, na área naval, onde o intercâmbio entre as duas Marinhas tem sido grande, nos campos de treinamento de oficiais namibianos no Brasil e na construção de navios e lanchas para atividades de patrulha.
O comércio bilateral cresceu 600%, passando de US$ 3,8 milhões em 2002 para US$ 23 milhões em 2008, lembra o senador pelo Amazonas. Segundo ele, ainda, há enorme potencial para o crescimento nas relações econômicas entre os dois países, uma vez que empresas brasileiras já estão envolvidas em projetos de construção de hidrelétricas na Namíbia.
A CRE também examinará a indicação do nome do diplomata Arthur Vivacqua Correa Meyer para chefiar a embaixada em São Tomé, capital da República Democrática de São Tomé e Príncipe. Atualmente ele exerce o cargo de embaixador em Georgetown, capital da Guiana.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) afirma, em seu relatório favorável à indicação do novo embaixador, que as ex-colônias portuguesas na África ocupam papel relevante na diplomacia brasileira. São Tomé e Príncipe também foi visitado por Lula em 2003, para um encontro em que foram tratadas propostas de cooperação bilateral e, em 2004, para um evento da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP).
Segundo o relatório elaborado pelo Itamaraty, o Brasil colabora em vários projetos de cooperação bilateral e multilateral para beneficiar São Tomé e Príncipe, especialmente nas áreas de educação, gestão pública, capacitação de mão de obra, saúde pública, bem como no setor de segurança alimentar e merenda escolar.
Em parceria com os Estados Unidos, o Brasil participa de projeto trilateral de combate à malária em São Tomé e Príncipe, por meio da capacitação do Ministério da Saúde local para implementação e gestão das atividades de controle da doença, enfatiza o relatório do Itamaraty.
23/03/2009
Agência Senado
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