SENADORES CELEBRAM CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ



O plenário do Senado celebra nesta quarta-feira (dia 24) o centenário da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), organização vinculada ao Ministério da Saúde que desenvolve atividades de pesquisa básica e aplicada, ensino, assistência hospitalar de referência, formulação de estratégias de saúde pública e produção de vacinas e medicamentos. O requerimento para a realização da homenagem teve como primeiros signatários os senadores Carlos Patrocínio (PFL-TO) e Lúcio Alcântara (PSDB-CE).
O Instituto Soroterápico Federal - nome original da fundação - foi criado a 25 de maio de 1900 com o objetivo de enfrentar um surto de peste bubônica que já havia alcançado o porto de Santos (SP) e ameaçava espalhar-se pelo Rio de Janeiro. O jovem médico Oswaldo Gonçalves Cruz, que voltava ao Brasil depois de se especializar em bacteriologia pelo Instituto Pasteur, de Paris, engajou-se no combate à doença e tornou-se diretor técnico do novo instituto, que oito anos depois passaria a levar o seu nome.
A primeira missão do instituto foi a criação de um soro contra a peste. A partir de 1902, quando Oswaldo Cruz tornou-se diretor-geral da entidade, começaram a ser desenvolvidas atividades de pesquisa básica e aplicada e de formação de recursos humanos. No ano seguinte, já como diretor-geral de Saúde Pública, Cruz fez de Manguinhos - nome da antiga fazenda onde foi construída a sede do instituto - a base para suas campanhas de saneamento.
O primeiro alvo foi a febre amarela, responsável pela morte de quatro mil imigrantes, no Rio, entre 1897 e 1906. Os métodos utilizados foram duros. Os proprietários de imóveis insalubres eram multados ou obrigados a demoli-los ou reformá-los. Brigadas mata-mosquitos percorriam a cidade e exigiam providências para proteção de caixas d"água. Uma recente descoberta apontava o inseto aedes aegypti como transmissor da doença, mas a desconfiança de médicos da época e a resistência de boa parte da população motivaram críticas diárias na imprensa a Cruz. Mesmo assim, a febre amarela estaria erradicada no Rio em 1907.
A oposição ao sanitarista atingiu seu ponto mais alto em 1904, quando eclodiu a Revolta da Vacina, marcada por choques com a polícia, quebra-quebras e tiroteios. Tudo por causa de um projeto enviado pelo governo ao Congresso tornando obrigatória a vacina contra a varíola. A obrigatoriedade foi suspensa, mas em 1908 uma violenta epidemia de varíola levou a população a buscar em massa os postos de vacinação.
A partir de 1909, quando deixou a diretoria geral da Saúde Pública e passou a dedicar-se integralmente a Manguinhos, Cruz lançou expedições científicas que conseguiram erradicar a febre amarela no Pará e promover o saneamento de regiões da Amazônia. O sanitarista morreu em 1917, de insuficiência renal.

23/05/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


PLENÁRIO COMEMORA CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

LÚCIO ALCÂNTARA ANUNCIA COMEMORAÇÕES.PELO CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Museu da Fundação Oswaldo Cruz expõe trabalhos de iniciação científica

Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Pasteur de Paris abrem edital 2010

Senadores celebram centenário de nascimento de Luiz Viana Filho

Senadores comemoram centenário da Cruz Vermelha Brasileira