Senadores de Mato Grosso pedem providências contra legalização de carros roubados na Bolívia




Os três senadores de Mato Grosso - Blairo Maggi (PR), Jayme Campos (DEM) e Pedro Taques (PDT) - deverão assinar em conjunto um requerimento solicitando providências ao governo brasileiro contra a lei boliviana que permitiu a legalização de carros contrabandeados para aquele país. O requerimento será votado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) por sugestão do presidente da comissão, senador Fernando Collor (PTB-AL).

Durante audiência pública sobre o tema realizada nesta quinta-feira (20), o deputado estadual por Mato Grosso Emanuel Pinheiro afirmou que, devido à lei boliviana que permitiu a legalização desses veículos, estabeleceu-se uma "tabela paralela" de preços para os carros roubados. Um carro popular, por exemplo, pode ser trocado por um quilo de cocaína, enquanto uma caminhonete de luxo por quatro ou cinco quilos. Em apenas 15 dias de vigência da lei, informou, foram apresentados ao governo da Bolívia 130 mil pedidos de regularização de veículos clandestinos.

O procurador Paulo Roberto Jorge do Prado, do Ministério Público do Mato Grosso, disse que existe uma relação direta entre o aumento da violência no país e o aumento do tráfico de drogas. E lembrou que mais de 70% da cocaína vendida no Brasil vem da Bolívia. Como muitos carros roubados no Brasil são trocados por cocaína do outro lado da fronteira, ele vê risco de agravamento da criminalidade em seu estado.

- O Mato Grosso corre o risco de se tornar um grande México - comparou o procurador, lembrando a ameaça dos cartéis das drogas à segurança pública mexicana.

O presidente da ONG Associação das Famílias Vítimas da Violência, Heitor Heyes, propôs um acordo entre os dois países, por meio do qual o governo brasileiro viesse a conceder benefícios à Bolívia em troca da redução do plantio de coca naquele país. Ele pediu ainda aos senadores da comissão que visitem a região de fronteira, para acompanhar de perto os problemas causados pelo tráfico de drogas.

O senador Aníbal Diniz (PT-AC) queixou-se da ausência, no debate, de um representante do Ministério das Relações Exteriores. Ele criticou ainda proposta em debate no Mato Grosso de se promover uma campanha pelo fechamento do consulado boliviano em Cuiabá (MT). Pedro Taques, por sua vez, disse que se estava discutindo ali uma lei boliviana que provoca "prejuízo não patrimonial, mas à vida de brasileiros". Por sua vez, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) apresentou sua "total solidariedade" ao povo do Mato Grosso. Fernando Collor considerou a lei boliviana como "extremamente danosa aos interesses brasileiros".

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



20/10/2011

Agência Senado


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