SENADORES DEBATEM COM IRAQUIANOS EMBARGO ECONÔMICO IMPOSTO PELOS ESTADOS UNIDOS
A senadora Emília Fernandes disse que os países em desenvolvimento, como o Brasil e o Iraque, não podem ficar na dependência dos Estados Unidos, pois este, segundo ela, sufoca as relações e a integração entre esses países. Para Emília, os americanos aplicam uma política injusta, autoritária, de imposição e não de diálogo.
- Entendemos bem a situação do Iraque. Desde a Guerra do Golfo sofremos as consequências, pois tínhamos relação com o povo iraquiano em busca de desenvolvimento - observou o senador Gilberto Mestrinho. Segundo o senador, a região amazônica foi desbravada por descendentes árabes e o esforço brasileiro pelo desenvolvimento é igual ao esforço iraquiano.
A professora, que é PhD em Economia do Desenvolvimento pela Universidade de Salford, na Inglaterra, e chefe de Departamento de Estudos Econômicos da Casa dos Sábios (Baet Al-Hekma), disse que os dois países sofrem os efeitos da globalização. Para ela, o embargo, do ponto de vista econômico, é um dos instrumentos utilizados por esse processo para se impor ao mundo. Os países em desenvolvimento, observou, só obedecem ao mecanismo do mercado capitalista se forem obrigados.
Para Mestrinho, há uma hegemonia dos países do G7 (grupo dos sete países mais ricos e desenvolvidos do mundo), que se beneficiam do progresso e se servem dos demais países. Segundo ele, essa dominação se acentua cada vez mais e o grande denominador será a posição futura da China e da Índia com relação ao sistema capitalista.
Segundo o embaixador do Iraque, Farouk Al-Fityan, a política iraquiana para enfrentar a hegemonia desses países deve ser feita por meio da solidariedade entre blocos regionais. O senador Mestrinho concordou com o embaixador.
A professora Amal Raouf participará, na próxima semana, do Fórum de Ciências da Universidade Federal do Rio de Janeiro, destinado à discussão sobre a hegemonia do G7.
25/05/2000
Agência Senado
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